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Estado de Minas editorial

A melhor vacina contra fake news

A guerra que ceifou mais de 600 mil vidas não acabou, mas parece perto de ser vencida. E, para isso, a arma mais eficiente é a verdade


22/11/2021 04:00

“A primeira vítima, quando começa a guerra, é a verdade.” A frase, atribuída ao político norte-americano Hiram Johnson (1866-1945), foi lembrada no Brasil no primeiro trimestre de 2020, quando foram registrados os primeiros casos de coronavírus no país. Além do combate à COVID-19, foi necessário travar sucessivas batalhas contra as distorções de fatos, contra a desinformação, contra as mentiras, muitas vezes chanceladas – e disseminadas – por autoridades do poder público federal.

Contudo, a chegada das vacinas no início deste ano e a aplicação em massa, nos últimos meses, reduziram expressivamente o número de óbitos em todo o território nacional. Uma vitória incontestável dos que acreditaram na ciência – e a apoiaram. Mas essa não tem sido uma conquista fácil. Tudo porque o coronavírus surgiu em um cenário já instável, suscetível à desconfiança generalizada.

“A ciência é tratada com suspeição e desprezo. Há uma tendência global do desmoronamento do valor da verdade”, observou o jornalista britânico Matthew D’Ancona, no livro “Pós-verdade: a nova guerra contra os fatos em tempos de fake news”, publicado em 2017 na Inglaterra e lançado no Brasil no ano seguinte. Então, além de enfrentar um vírus até então desconhecido, médicos e outros profissionais da saúde ainda tiveram que se deparar com ações agressivas e tresloucadas, como a invasão de hospitais por grupos hostis, munidos de celulares, que tentavam “comprovar” a inexistência de pacientes de COVID-19. Isso não ocorreu na Idade Média, mas no ano passado.

Enquanto isso, cientistas que divulgavam a eficiência das vacinas passaram a ser perseguidos nas redes sociais. Alguns foram até ameaçados de morte. Felizmente, demonstrações de ignorância como as citadas acima têm sido cada vez menos registradas. Porque, para a maioria da população brasileira, é óbvio e cristalino: vacinas salvam vidas. Dezenas, centenas, milhares de vidas.

Não convém, contudo, relaxar. Como alertou o boletim publicado pelo Observatório COVID-19 da Fiocruz no fim da última semana, “com o retorno do confinamento e lockdown em diversos locais da Europa, principalmente naqueles em que a cobertura vacinal não progrediu a níveis satisfatórios, comprova-se que a COVID-19 ainda representa um desafio em escala global. Definitivamente, a vacinação, descolada de outras recomendações não farmacológicas, não será suficiente para determinar o fim da pandemia”, ressaltaram os pesquisadores da fundação sediada no Rio de Janeiro.

Na última sexta-feira, o Brasil registrou a menor média de óbito dos últimos 19 meses. No mesmo dia, foi divulgado que mais de 60% de nossa população está imunizada com duas doses. Ou seja: a guerra, que ceifou mais de 600 mil vidas, ainda não acabou. Mas parece perto de ser vencida. E, para que isso ocorra, a arma mais eficiente é a verdade.

Combater as fake news, portanto, é defender o direito de informar e de ser informado com rigor e precisão. É uma questão de vida ou morte. Até porque o alerta do escritor George Orwell (autor de livros como “A revolução dos bichos” e “1984”), proferido em 1943, continua atual: “É assustador; com frequência tenho a sensação de que o conceito de verdade objetiva está desaparecendo do mundo”.


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