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Estado de Minas artigo

Aumento da Selic deve ser avaliado com cautela

Muitos empreendedores recorreram aos créditos disponibilizados pelo governo para conseguir manter os negócios de portas abertas


17/08/2021 04:00



Alexandre Sampaio
Presidente da Federação Brasileira de 
Hospedagem e Alimentação (FBHA)

No começo do mês de agosto, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) subiu a Selic, taxa básica de juros da economia, em um ponto percentual, chegando a 5,25% ao ano. O cenário é preocupante, visto que ainda há indícios de que o valor tende a se elevar.

Recentemente, na nova ata publicada, o Copom afirmou ter a necessidade de realizar elevações de juros subsequentes. Dessa forma, há uma expectativa de que a Selic fique acima do patamar neutro até o fim do ano. Decorrente da situação econômica enfrentada no país, o mercado avalia que a taxa básica de juros chegue, a pelo menos, 7,25% a.a. até dezembro de 2021.
  
 
A discussão sobre o assunto é fundamental. Entretanto, é preciso compreender a importância desse tema. Sabe-se que a Selic foi criada em um período de hiperinflação da economia brasileira. Dessa forma, as mudanças da taxa envolvem a tentativa de controlar os aumentos dos preços de alimentos, produtos e serviços.

No décimo dia do mês de agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um crescimento de 0,96% em julho. Devido ao novo percentual calculado, a inflação acumulada chegou a 8,99%. Com essa variação, atingimos a décima oitava semana consecutiva com uma alta na variação dos preços e, consequentemente, traz um impacto direto no dia a dia da população.

A mudança desses valores acende também um alerta para as empresas do nosso país. Isso porque muitos empreendedores recorreram aos créditos disponibilizados pelo governo para conseguir manter os seus empreendimentos de portas abertas, já que a pandemia afetou o comércio de forma significativa.

Nesse aspecto, veremos o aumento progressivo das taxas cobradas nas parcelas de pagamento dos programas que disponibilizam crédito. É uma realidade que impactará o mercado e deverá trazer cautela para o empresariado. Contudo, vale destacar que os suportes oferecidos pelo Estado não devem ser deixados de lado, apesar do momento turbulento dentro da economia.

Por meio desses programas, conseguimos ter fôlego para manter as operações. Diante de uma situação tão delicada como a que estamos passando, o caminho talvez seja realizar uma boa gestão financeira. Nós, empresários, temos fé em que dias melhores estão se aproximando, principalmente com o avanço da vacinação contra a COVID-19 em todo o país.

Até lá, que os governantes estejam sensíveis a essa temática e se movimentem rapidamente. Do contrário, não será apenas o aumento da inflação que nos pressionará ladeira abaixo. Mas também o desemprego em massa e a falta de esperança.


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