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Cultura do cancelamento e diálogo


04/03/2021 04:00

Wagner Botelho
Coordenador do Núcleo de Pastoral do Colégio Marista Glória, localizado em São Paulo (SP)

Já ouviu falar sobre “cultura do cancelamento”? Se você é seguidor das redes sociais ou acompanha reality shows, com certeza está por dentro ou até pesquisou sobre o tema. Mas sabia que esse termo não é de hoje?

Foi iniciado já há alguns anos como uma forma de protesto ou boicote dos usuários de redes sociais, denunciando fatos que consideram errados, injustos ou incoerentes através de suas contas pessoais. O termo foi popularizado e difundido a partir de movimentos de denúncia como o #MeToo. Através do engajamento de influenciadores digitais e autoridades públicas há uma viralização, uma grande amplificação dessa denúncia. Em alguns minutos ou horas, a postagem é compartilhada milhões de vezes e o “cancelado”, seja ele pessoa física ou jurídica, recebe forte pressão social.

“Você pode ser cancelado por algo que você disse em meio a uma multidão de completos estranhos se um deles tiver feito um vídeo, ou por uma piada que soou mal nas mídias sociais ou por algo que você disse ou fez há muito tempo atrás e sobre o qual há algum registro na internet. E você não precisa ser proeminente, famoso ou político para ser publicamente envergonhado e permanentemente marcado: tudo o que você precisa fazer é ter um dia particularmente ruim e as consequências podem durar enquanto o Google existir”, definiu o colunista Ross Douthat, do The New York Times.

A lista de cancelados famosos é extensa: J. K. Rowling, Anitta, Taylor Swift, Dráuzio Varella, Steven Pinker, e mais recentemente, o assunto voltou à tona no reality show “Big brother Brasil”. Mais extensa ainda é a lista de “não famosos” que foram cancelados, já que se trata de uma ação muito comum nas redes sociais.

Não queremos entrar no mérito de julgar se “cancelar” é certo ou errado, mas vivemos um tempo em que o diálogo é extremante evitado, talvez por expor nossos pensamentos, gostos, jeitos. Muitas vezes, parece que preferimos o debate, uma arena de gladiadores, na qual só sobrevive quem impõe as suas opiniões sobre os outros.

À luz da Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano, proposta pelo Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), olhamos para esses fatos e nos perguntamos se realmente podemos tratar a fraternidade e o diálogo como um compromisso de amor, como nos provoca o tema. Esses nossos tempos pedem acolhida, conversa, não violência, não construir muros que nos afastem ou falsamente nos protejam, mas, sim, construir pontes que nos levam a outros lugares e façam com que outros venham até o nosso encontro.

O parágrafo 120 do texto-base, assim afirma: “Entendemos que fraternidade e diálogo são desafios de amor. Devemos nos engajar agora, na comunidade e no lugar onde vivemos. Acreditamos que Cristo é a esperança do estabelecimento definitivo da fraternidade e da paz”.

Por isso, é tempo de promoção do diálogo com diferentes culturas, raças, etnias e religiões.


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