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Não existe plano B para a educação


27/02/2021 04:00 - atualizado 26/02/2021 22:09


Carlos Dorlass
Diretor-geral do Colégio Marista Arquidiocesano, localizado em  São Paulo (SP)

Enquanto escrevia este artigo, precisei acompanhar o site worldometers.info constantemente, pois os números de vítimas da COVID-19 estão em constante atualização. E, diante de um fenômeno que ameaça a vida cotidiana, a única resposta que as autoridades sanitárias encontraram, em pleno século 21 foi a mesma dos venezianos na Idade Média: a quarentena.

Sabemos que inúmeras escolas fecharam em decorrência da pandemia. Imagine as consequências ocorridas pela ruptura dos vínculos: centenas de crianças ficaram sem aulas, professores entorpecidos, colaboradores sem empregos, milhares de famílias literalmente confusas.

Contudo, o isolamento forçado abriu uma porta de oportunidades para o setor da educação, como mais acesso ao ensino remoto, capacitação tecnológica dos professores e colaboradores, empreendedorismo em projetos educacionais.

Sabemos que as histórias fazem parte da vida do ser humano desde que começaram a se comunicar e a interagir. As primeiras começaram a ser contadas pelos registros existentes nas cavernas, histórias de caça, de amor, da sociedade.

A importância da história está em seu papel de nortear a humanidade no espaço e no tempo, dando-lhe a possibilidade de compreender a própria realidade. Com o passar do tempo, aprendemos que boas perguntas superam as respostas fáceis.

Portanto, vamos explorar o futuro.

Mas, por que explorar o futuro? Explorar “futuros” desata os nós do nosso pensamento e das falsas restrições. Isso nos desafia a indagar se estamos fazendo as perguntas certas.

Para enxergá-lo, precisamos da pluralidade de olhares, pois não há apenas um futuro, mas múltiplos futuros possíveis. Precisamos de educação e informação sobre o futuro do trabalho, sobre as novas revoluções, tanto pela lente tecnológica quanto pela perspectiva humana. Tudo para que tomemos melhores decisões hoje.

Como a nossa caminhada começa no planejamento, é preciso ter em mente que qualquer falha pode comprometer o futuro.

Lembre-se de que ser professor é escrever a história do futuro. E nós, professores, somos os especialistas para a construção dessa trilha e responsáveis pelo alcance das metas.

A distância entre dois pontos nem sempre é uma linha reta. O interessante é descobrir que, depois que elegemos os dois pontos, nunca vamos ao ponto de chegada diretamente. No fundo, sabemos que nunca teremos as condições ideais para chegar a esse ponto. Existem vários descaminhos, portanto, nunca devemos ir obsessivamente a esse ponto; podemos não chegar.

Certamente, você deve estar se perguntando como chegar ao ponto B tendo adversidades pelo caminho. Por meio de zigue-zague. Depois, suavizamos os desafios do caminho e diminuímos a perda de energia.

Portanto, para que nossos alunos retomem o desejo de aprender, precisamos realizar o diagnóstico claro, conciso, coerente, compreensível e comprometido em não deixar nenhum aluno para trás.

Como alcançar as metas? Por meio de profissionais qualificados e com a tecnologia a nosso favor. Assim, na fase do planejamento, podemos diminuir inúmeros contratempos.

Durante a construção do planejamento, esqueçam a possibilidade de existir o plano B. A simples consciência de que não há plano B contribui para que estejamos mais atentos e sejamos capazes de aprender ainda mais. Como a ideia é de que não haja o plano B, o planejamento deverá ser à prova de falhas.

Comece simples, verifique se a proposta está funcionando da maneira que planejou; só depois faça adições; teste antes de continuar fazendo extensões ao projeto. Devemos integrar as diferentes áreas do conhecimento usando as metodologias ágeis.

Não podemos nos esquecer da questão física. Por isso, precisamos acompanhar o desenvolvimento da consciência corporal e de habilidades motoras. No cognitivo, devemos verificar o desenvolvimento do raciocínio rápido, a capacidade de compreensão e a competência de elaborar estratégias para enfrentar desafios.

No emocional, devemos examinar a competência para lidar com vitórias e derrotas; o fortalecimento da autoestima e do respeito ao outro e às diferenças. No social, devemos garantir o fortalecimento da sociabilidade, do senso de cooperação e do trabalho em equipe. “Aprender e treinar, treinar e aprender. Assim é que se fazem as coisas”, escreveu o escritor norte-americano Richard Bach.

Devemos lembrar que “o que eu estou procurando não está lá fora, está em mim”, segundo a também escritora Hellen Keller. O otimismo é a fé que conduz à realização. Nada pode ser feito sem esperança e confiança.

Meus caros colegas, teremos muito trabalho. Lembrem-se de que as adversidades não podem estagnar uma sociedade, gerar descontrole ou levar à decadência emocional. Como vimos com Helen Keller, Richard Bach, Maria Teresa de Calcutá, Marcelino Champagnat e tantos outros, as adversidades são oportunidades para desenvolver e descobrir talentos.

Sabendo que o futuro das crianças não pode ficar comprometido, precisamos pensar como trabalharemos diariamente com elas. Lembre-se de que trabalho é amor tornado visível. Nada do que realizávamos há cinco anos serve para hoje. Portanto, precisamos rever como trabalhamos e seguir no compromisso de não comprometer o futuro.

Sabemos que para resolver os problemas complexos precisamos ter a compreensão da função. Logo, que a experiência traumática e avassaladora vivida por nós possa criar as bases para o florescimento de uma nova escola, mais forte e mais humana. Em tempos de incertezas, mais que conhecimento, as diretrizes aqui apresentadas são um convite à coragem e à esperança.


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