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O momento atual da pandemia de COVID-19 no Brasil

Queremos uma pílula mágica que nos proteja. Mas a cada dia, os trabalhos científicos comprovam a ineficácia de ivermectina, nitazoxanida e hidroxicloroquina


23/01/2021 04:00

Jader Bernardo Campomizzi
Médico, especialista em clínica médica, mestre em
 infectologia e medicina tropical
 
m 10 meses de pandemia da COVID-19, temos mais de 210 mil mortos e superamos 8,5 milhões de infectados. Essas são as estatísticas oficiais, mas epidemiologistas calculam números cerca de 20% maiores. As mortes causadas pela pandemia representam até agora 10% dos óbitos em todo o mundo e, no Brasil, um em cada mil brasileiros morre por causa da COVID-19. 
 
Vivemos a primeira onda no primeiro semestre de 2020 e, agora, estamos na segunda onda, talvez maior que aquela. Sabíamos que isso ia acontecer. Mas não nos preparamos para esse enfrentamento. Em consequência, enfermarias hospitalares e as unidades de tratamento intensivo estão no limite de suas capacidades. O risco de colapso dos sistemas público e privado é um fantasma que nos ronda.
 
Por graves omissões de autoridades da saúde, acompanhamos o drama de nossos compatriotas amazonenses, com a morte de pacientes por falta de oxigênio, leitos hospitalares e respiradores. Omissões e falta de planejamento que horrorizam e causam indignação e revolta. Sentimo-nos mal, como se fôssemos cúmplices de uma política genocida.
Nesse quadro desolador, uma esperança anima nossos corações: a tão esperada vacina, que começou a ser aplicada no Brasil na segunda, 18 de janeiro. Essa é, de fato, a principal arma para o controle da pandemia. Entretanto, o quantitativo até agora adquirido e garantido pelas autoridades de saúde pública para imunização de toda a população nos mostra um cenário desanimador. A quantidade de vacinas disponíveis mal dá para vacinar os profissionais de saúde. Hoje, até os idosos terão de ser excluídos.
 
O discurso negacionista de minimizar a pandemia (“uma gripezinha”) nos deixou despreparados para este mais importante momento do enfrentamento. Por falta de investimentos em nossos laboratórios e desinteresse de articulação governamental com os principais produtores mundiais dos insumos necessários para a produção da vacina, ou mesmo com os próprios fabricantes, não temos a garantia de cumprimento de um calendário nacional e racional de vacinação. Ainda fez pior. Lançou desconfiança na eficácia e segurança das vacinas, quando sabemos que elas têm realmente eficácia quando controlam a circulação do vírus. E isso se dá quando a vacinação ultrapassa 70% da população.
 
As medidas de distanciamento social e a  higiene adequada das mãos, entre outras ações, têm importante papel para evitar a disseminação da doença. 
 
Eventualmente, cidades e países decretam quarentena, mas que, como no Brasil, desacompanhadas de medidas de proteção social aos mais vulneráveis podem trazer também o risco de agravamento de outras mazelas sociais. Todos ansiamos por algum medicamento que tenha eficácia comprovada na prevenção ou no tratamento da doença. Queremos uma pílula mágica que nos proteja. Mas, a cada dia que passa, os trabalhos científicos comprovam a ineficácia dos medicamentos utilizados, como ivermectina, nitazoxanida e hidroxicloroquina.
 
As principais entidades médicas e científicas nacionais, Sociedade Brasileira de Infectologia, Sociedade Brasileira de Pneumologia não recomendam o uso dessas medicações. Como, também, a Organização Mundial da Saúde e os órgãos reguladores de saúde dos Estados Unidos e da Inglaterra.
Assim, cabe-nos manter todos os cuidados necessários para não nos infectarmos, como evitar aglomeração, o uso de máscaras, desinfecção das mãos com água e sabão ou álcool em gel, e cabe-nos cobrar de nossos governantes os investimentos necessários para a pesquisa e produção de vacina em território nacional e a compra de vacinas aprovadas pelos órgãos sanitários dos principais países produtores.
 
Os médicos brasileiros, cientes dos princípios éticos e humanos de sua profissão, exigem das autoridades competentes a apresentação de um calendário realista o mais rápido possível para a imunização da população brasileira. Vidas necessitam ser poupadas! 
 
 


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