(none) || (none)
UAI

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas

Os verdadeiros derrotados. Tendência?


23/11/2020 04:00 - atualizado 22/11/2020 18:28

Fábio P. Doyle
Da Academia Mineira de Letras
Jornalista
 
Acabou. Bem ou mal, depende de cada eleitor. Ganhou, perdeu? Quem pode afirmar, garantir, assegurar? Muitas vezes, quem ganha, perde, ou quem perde, ganha. Só o tempo poderá responder.
Os institutos de pesquisa, como sempre, contribuíram para que a reeleição do candidato a prefeito acontecesse com a fartura de votos computados. A maioria gosta de apoiar o favorito. Além das boas qualidades de administrador.
 
Mas erraram na votação dos demais, e bota demais nisso, possíveis concorrentes do que foi eleito, leia-se reeleito. O que ficou em segundo lugar era apontado nas pesquisas, nas duas principais, como quarto ou quinto colocado. Erro que pode ter influenciado o eleitor, que não gosta de jogar voto fora. Se figurasse em segundo, poderia ter engordado um pouco sua votação. Mas sem chance de ir pelo menos para o segundo turno. O favorito nunca deixou de ser favorito no noticiário da imprensa. E dos analistas de plantão das redes de TV.
 
O curioso, comentado por um expert em eleições em entrevista dada na noite de domingo, já superada a lerdeza inicial da apuração, com o resultado oficial divulgado pelo TSE, é que a tempestade na véspera, alagando bairros e reprisando a enchente que carrega e destrói tudo no Vilarinho, não causou nenhuma perda de votos para o prefeito reeleito. Ele havia prometido, há quatro anos, como seus antecessores sempre fizeram, resolver em definitivo o grave problema que chuvas mais intensas provocam naquela região, que se transformou em uma enorme lagoa de água barrenta, arrastando carros, árvores, muros e portões. O expert, descrevendo o cenário e relembrando todas as promessas feitas, concluiu: "Pelo jeito, o mineiro gosta mesmo de mar que não tem. Mesmo que seja um mar de lama".
 
Brincadeira à parte, o que se espera é que este seja o último ano do "marzão" do Vilarinho e de todos os outros grandes e pequenos vilarinhos de BH. O prefeito, que recebeu nas urnas um "marzão" de votos, prova de que a maioria absoluta da população nele confia, certamente com razão, não decepcionará os que nele acreditam.
 
Ainda sobre eleição. A mídia que só fala mal do presidente Jair Bolsonaro e de seu governo, mesmo quando ele acerta, está ativa e histérica na exploração do que os mapas eleitorais mostram. Para os que sempre acusam, o maior derrotado no dia 15 foi ele, o presidente que detestam e que os derrotou e que acabou com a corrupção que os beneficiava.
 
Alegam, na sustentação da tese, que a maioria dos candidatos que diziam contar com o apoio do presidente foi derrotada nas urnas. Entre os derrotados citados como apoiados por Bolsonaro, um mineiro, Bruno Engler, que ficou em segundo lugar, bem distante do primeiro, na disputa da Prefeitura de BH. E muitos outros, espalhados pelo Brasil.
 
Acontece que o presidente não fez campanha nem para Engler, nem para nenhum outro. Como disse o vice-presidente, general Hamilton Mourão, ao ser questionado por um jornalista, Bolsonaro "não entrou de cabeça" na campanha. Ele fez apenas o que não poderia deixar de fazer, ou seja, receber no seu gabinete a visita de candidatos amigos, e a pedido deles registrar a visita com fotos e vídeos, e uma discreta declaração de amizade e simpatia. Tanto não fez campanha que recebeu e posou para fotos com mais de um candidato da mesma cidade e para o mesmo cargo. No caso de BH, com Engler em um dia, com Lafayette Andrada em outro.
 
Dizer que o insucesso eleitoral dos candidatos que recebeu, seus amigos e admiradores, pelos quais não se envolveu em campanhas, significaria sua derrota pessoal é abusar do direito de mentir.
O que não quer dizer que o presidente não se arriscou, desnecessariamente, como é de seu hábito, ao declarar simpatia por determinados postulantes. Mais prudente seria apenas deixar-se fotografar com os que o visitavam. Todos os que acompanham a movimentação política sabiam que a derrota dos visitantes palacianos seria explorada contra Bolsonaro, como se o derrotado fosse ele.
 
Na verdade, a esquerda, o PT, o PC do B, os socialistas radicais, foram os grandes derrotados no domingo, 15 de novembro. Uma data que ficará marcada nos anais da política brasileira como o prenúncio de mudanças profundas no panorama ideológico e partidário do país, interpretado no sentido do crescimento do centrismo, discretamente à direita, e notória rejeição ao esquerdismo comunizante.
 
Tudo são conjecturas molhadas pela chuva, empurradas aleatoriamente pela ventania novembrina. 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)