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Os fisioterapeutas durante a pandemia


30/10/2020 04:00

Clarissa Maria de Pinho Matos
Coordenadora assistencial da Alveolar/Serviço de Fisioterapia do Hospital Vila da Serra (HVS), especialista em fisioterapia respiratória e terapia intensiva e mestre em ciências da reabilitação


Depois de alguns meses de angústias da população e dos profissionais de saúde que atuam intensamente nos hospitais, lidando com uma doença nova e ameaçadora como a COVID-19, tudo indica que a situação tem mudado um pouco. A doença é mais conhecida, o que facilita o trabalho nas instituições hospitalares.

Nas últimas semanas, houve uma redução das internações e da gravidade dos pacientes internados. A situação inicial era mais tensa. Não se conhecia a doença e nem como os pacientes iriam evoluir. Agora, os fisioterapeutas, por exemplo, estão mais inteirados com a patologia, sua evolução e mais preparados para os tratamentos fisioterapêuticos. O período foi de grande aprendizado pessoal e profissional dentro do ambiente hospitalar e na assistência pós-alta.

Desde o início da pandemia, até agora, muitas mudanças aconteceram. Entre elas, maior conhecimento das técnicas. Hoje, os pacientes com sintomas leves são mantidos sob tratamento em casa e aqueles com sintomas mais graves são internados. Dependendo da situação, são direcionados à UTI.

Durante todo esse processo, a população passou a perceber a importância da fisioterapia e desse profissional dentro do ambiente hospitalar e no acompanhamento fisioterapêutico após a alta médica. A função dele, como profissional responsável pela funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes críticos, inclusive daqueles contaminados pela COVID-19, foi também entendida, mostrando que os pacientes internados que não fazem fisioterapia podem receber alta com maior incapacidade de realizar atividades básicas da vida diária, o que aumenta a chance de reinternação e de apresentarem um quadro de depressão, entre outras situações.

Houve, também, crescimento pessoal de todos aqueles que estão na linha de frente. Nós, fisioterapeutas, aprendemos que temos capacidade de reinventar e que situações como esta que estamos vivendo precisam resiliência, calma e muita união.

Embora esteja havendo uma flexibilização em Belo Horizonte e em várias outras cidades do país, devemos estar atentos. Esse é um assunto complexo, mesmo porque estamos vivendo uma deterioração da economia e da saúde mental também. As reaberturas precisam acontecer com muita cautela e cuidados adequados. Se todos seguirem as recomendações feitas, tanto a população quanto os estabelecimentos, a vida vai voltando ao normal com mais segurança. E se acontecer um aumento de casos ou mudança na gravidade da situação, será necessária a implantação de novas medidas.

A prevenção não deve ser alterada. Devemos usar máscara em locais públicos, lavar as mãos adequadamente sempre que possível, álcool em gel quando não tiver como lavar as mãos, fazer a higiene pessoal e dos locais e não aglomerarmos.

Neste momento, temos que ressaltar a importância de uma equipe multidisciplinar na assistência a pacientes críticos. A COVID-19 é uma das enfermidades que levam à criticidade e às consequências de uma internação prolongada. O que faz um paciente crítico recuperar é a somatória das intervenções dos diversos profissionais: médicos intensivistas e de outras especialidades, equipe de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fonoaudiólogos. 

A fisioterapia tem um papel importante na recuperação global desses pacientes, tanto das afecções pulmonares e cardiovasculares como na melhoria muscular, levando a uma capacidade funcional e menor chance de complicações a longo prazo. A síndrome pós-terapia intensiva gera uma recuperação prolongada, que pode permanecer por até um ano.

As expectativas em relação a uma vacina são altas. A imunização vai gerar um conforto e alívio para todos.  Entretanto, apenas estudiosos que pesquisam o assunto poderão estimar uma data para a sua aplicação no Brasil. Enquanto isso, temos que redobrar a atenção com a prevenção.


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