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Escutar ou esperar a vez de falar?

Escutar de fato requer uma saída da nossa própria caverna, do caleidoscópio das nossas experiências


20/08/2020 04:00 - atualizado 19/08/2020 20:55

Luís Fernando Lopes
Professor da área de humanidades da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter

Uma das qualidades fundamentais para quem realmente busca o desenvolvimento pessoal e profissional é saber escutar. Nossa realidade de correria contínua, frenesi, agenda de compromissos, redes sociais, notícias, excesso de informações, preocupação com a autoimagem, entre outros, talvez prejudique nossa compreensão do quão importante é saber escutar para o nosso crescimento pessoal e profissional.

Seja em uma conversa informal com um amigo, colega de trabalho ou em compromissos formais, como aulas, palestras, reuniões de trabalho, estamos imersos em uma realidade na qual muitos fatores podem atuar como elementos de distração. Não obstante os fatores externos que podem prejudicar nossa capacidade de escuta, é preciso destacar a necessidade de respeitar nosso interlocutor ou interlocutores e, consequentemente, respeitar a nós mesmos.

Em uma reunião, por exemplo, seja ou não com a utilização de aplicativos, não basta apenas ficar em silêncio e simplesmente esperar a vez de falar. Aparentemente, pode parecer que está tudo bem. Contudo, a qualidade do que se aborda, seja em uma conversa com um interlocutor ou em uma reunião, assim como a qualidade do diálogo em si estabelecido será profundamente prejudicada.

O contexto de ansiedade generalizada agravado pela realidade de pandemia amplia ainda mais as possibilidades de deixar-se levar pela inércia do "é preciso". É preciso falar (que não está restrito à oralidade), é preciso fazer, é preciso ser ouvido, é preciso ser lido, aplaudido, respeitado, amado, entre outras necessidades que são inclusive explicadas em abordagens teóricas bastante conhecidas no meio acadêmico e fora dele.

Nas redes sociais, por exemplo, não obstante os interesses envolvidos nas atividades realizadas, o que não se faz para chamar a atenção? E a ilusão de que todos possam falar ao mesmo tempo sem que haja verdadeira escuta parece se tornar real.

Não resta dúvida de que não podemos ficar imóveis, esperando que as soluções para os nossos problemas e os da sociedade apareçam por razões transcendentais. Por outro lado, o fazer alguma coisa implica, também, compreender que o respeito e a valorização de si mesmo implicam respeito e a valorização do outro.

Nossa sociedade está repleta de serviços de escuta, que são necessários e fundamentais. Mas qual o sentido de limitar todas as nossas possibilidades de verdadeira escuta apenas a situações de ajuda profissional?

Escutar de fato requer uma saída da nossa própria caverna, do caleidoscópio das nossas experiências, abertura ao outro com respeito mútuo. Escutar de fato favorece o amadurecimento. A escuta verdadeira revela maturidade. Afinal, anatomicamente, temos dois ouvidos. Talvez seja coerente escutar no mínimo duas vezes mais que falar ou se expressar de qualquer forma que seja. O silêncio também é eloquente.


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