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O Facebook em ação


postado em 15/07/2020 04:00 / atualizado em 14/07/2020 19:31

Sacha Calmon
Advogado, coordenador da especialização em direito tributário da Faculdades Milton Campos, ex-professor titular da UFMG e UFRJ

Finalmente, por meio do Facebook vem à lume o que os muitos já sabiam sobre uma máquina de calúnias aos adversários e de falsas realizações do governo Bolsonaro, funcionando no terceiro andar do Palácio do Planalto, no melhor estilo dos caudilhos da América Latina.

Ocorre-me, antes, saber o que esse governo fez na saúde, na educação, na economia, a não ser a inauguração praticamente pronta da transposição do Rio São Francisco. Temer fez de tudo para inaugurá-la. Os conflitos políticos são tantos que até nos esquecemos do econômico e do social e do desmazelo em que estão. Basta ver o Ibama e os incêndios propositais na Amazônia. Esse governo não faz nada e quando faz é desastre certo. A operacionalização do auxílio emergencial, por exemplo, caiu no bolso de quem não devia. Só de militares foram sete mil beneficiados. Erro no manejo da administração.

O estilo é petista: distribuir, sem critério, dinheiro ao povão. Isso Emiliano Zapata já fazia no México 200 anos atrás.

Somos um país de governanças medíocres. Saudade de Getúlio, que inaugurou a siderurgia nacional, manteve as estradas de terra e incentivou a navegação de cabotagem, a CLT e o sindicalismo, além do inalcançável Juscelino. O bolsonarismo não passa de uma UDN "moralista" de quinta categoria, pelo menos até agora!

O Facebook anunciou que derrubou uma rede de fake news e perfis falsos ligados a integrantes do gabinete do presidente Jair Bolsonaro, a seus filhos, ao PSL e a aliados. Foram identificados e removidos 35 contas, 14 páginas e um grupo no Facebook e 38 contas no Instagram. O material investigado pela plataforma identificou pelo menos cinco funcionários e ex-auxiliares que disseminavam ataques adversários políticos de Bolsonaro. Nessa lista está Tercio Arnaud Thomaz, que é assessor do presidente, e integra o chamado "gabinete do ódio", núcleo instalado no terceiro andar do Palácio do Planalto.

A existência do "gabinete do ódio" – que mantém um estilo beligerante nas redes sociais e é comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) – foi revelada em setembro do ano passado.

Um dos funcionários envolvidos nessa rede identificada pelo Facebook trabalhava para Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Outro funcionário identificado é contratado do deputado estadual pelo PSL de São Paulo, Coronel Nishikawa.

A rede de fake news derrubada pelo Facebook também inclui os deputados estaduais Anderson Moraes e Alana Passos, ambos do PSL do Rio. Em maio, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes apontou indícios de que um grupo de empresários atuava de maneira velada financiando a disseminação de fake news e conteúdo de ódio contra integrantes da Corte e outras instituições. O ministro também definiu como "associação criminosa" o grupo do "gabinete do ódio". E tem inteira razão. É uma gente totalitária.

O crime continuado, segundo o Facebook, persiste. Identificou dois assessores do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). São eles Paulo Eduardo Lopes (conhecido como Paulo Chuchu) e Eduardo Guimarães. Do gabinete de Eduardo na Câmara. Já Oliveira foi exonerado no dia 26 de junho e agora está registrado como assessor do gabinete do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), o relatório cita a página "Bolsofeios" como sendo de Guimarães. A ligação já havia sido apontada pela CPI das Fake News, que identificou atualizações do perfil a partir de um celular da assessoria de Eduardo.

Os mafiosos estão no poder. Inaugurada está no Brasil a democracia cibernética, o moralismo de fachada e a ausência absoluta de planejamento governamental, na era das comunicações. E a classe média mais boba do mundo e o desinformado povo do Brasil, todos com os celulares à mão, são as pobres vítimas de uma gente que só quer mesmo as benesses do governo. Vivem às nossas custas e querem continuar. Será castigo divino ou está certa a anexim de que cada povo merece o governo que tem?

Isso de castigo divino não existe. Uma nação que se notabilizou por ser a última no planeta a abolir a escravidão e pratica veladamente um racismo odioso contra 52% de sua população é responsável por si só pelas seguidas trapalhadas econômicas, sociais e políticas porque vem passando em sua existência de país terceiro mundista.

Aqui falta tudo: o atraso econômico, o preparo político, essenciais ao desenvolvimento do povo e do país.

O ditado está certo: cada povo merece o governo que tem. Uns até gostam. Não viveram ao tempo de Juscelino, Tancredo Neves, Antônio Carlos Magalhães, Carlos Lacerda e outros tantos.

Estamos no tempo da mediocridade dos Lulas, Dilmas e Bolsonaros, uma maré de azar político.

Urge a formação de uma frente democrática de centro, ante os descalabros da esquerda e da direita que assolaram e ainda assolam o país.


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