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Estado de Minas EDITORIAL

Desafios pós-pandemia

A reconstrução do país não poderá se restringir a investimentos para o setor produtivo


postado em 10/05/2020 04:00

A pandemia do novo coronavírus deixará mais do que um rastro de luto em todas as nações. As previsões de organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e instituições bancárias, são de que a economia mundial encolherá 3%, a segunda maior recessão depois da Grande Depressão de 1929. Entre aquele ano e 1930, a retração chegou a 10%.
 
Para o Brasil, a projeção é bem pior. O Produto Interno Bruto terá queda de 5,3%, somando R$ 6,87 trilhões, próximo ao patamar de 11 anos atrás – R$ 6,83 trilhões. As políticas sociais são tão frágeis quanto o sistema público de saúde. Ambos subfinanciados há décadas pelos sucessivos governos, antes e depois da redemocratização do país. Nesse cenário sombrio, o contingente de 13,5 milhões de brasileiros na extrema pobreza, com renda mensal de R$ 145, receberá mais 5,4 milhões de pessoas – 900 mil vítimas a mais do que as da crise econômica de 2014.  A maior parte delas concentrada no Norte e no Nordeste, regiões que têm bolsões de miséria e precários recursos para suprir as necessidades da população e resgatar os miseráveis para um patamar civilizado.
 
A covid-19, que se alastra pelo país em ritmo frenético, tirou da invisibilidade 70 milhões de brasileiros, que buscam o auxílio emergencial do governo federal de R$ 600. Essa parcela da sociedade supera em seis vezes a população de Portugal e 20 vezes a do Uruguai.
 
Passada a crise epidemiológica, a reconstrução do país não poderá se restringir a investimentos para o setor produtivo, com foco somente no Produto Interno Bruto (PIB). Ela exigirá profunda revisão das políticas públicas sociais para que sejam, concretamente, inclusivas. O capitalismo financeiro e concentracionista de renda não pode continuar sendo privilegiado.
 
Diante da realidade exposta pela crise sanitária, não dá para o poder público negligenciar mais de um terço da população. A essa parcela de brasileiros faltam educação, saúde, saneamento básico, água potável, emprego e vida digna. Como bem lembrou o economista Lara Resende há poucos dias, o período pós-pandemia “será a oportunidade de transformar o Estado cartorial em favor da população”. É o que se impõe e se espera do atual e futuro governos.


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