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Estado de Minas OPINIÃO

O triste cenário político brasileiro


postado em 25/04/2020 04:00 / atualizado em 25/04/2020 10:13

Wilson Campos
Advogado e especialista, com pós-graduação e atuação nas áreas tributária, trabalhista, cível e ambiental
 

O modelo de políticos corretos, honestos e éticos não foi reproduzido e os que surgiram estão cada vez piores


Os brasileiros, tristemente, convivem com a depravação política instalada no país. Não há respeito pela ordem nem pelo progresso. A máxima dos políticos emergentes é aparecer na mídia, destilar ódio e se achar acima do bem e do mal. A lição que os políticos aprenderam não serve para educar em nenhuma escola, por pior que seja a instituição de ensino.

Os políticos foram cooptados pelo neoclientelismo institucional. Sistematicamente, o poder os corrompeu e agrupou na doutrina dos silenciosos, bajuladores, passivos e servis, salvo raríssimas exceções. A nação que se esperava democrática, libertária e cumpridora das promessas estagnou as realizações e matou os sonhos. A juventude que brandiu bandeiras e pediu eleições diretas se decepcionou com os aproveitadores contumazes que passaram a defender apenas interesses próprios.

O modelo de políticos corretos, honestos e éticos não foi reproduzido e os que surgiram estão cada vez piores. As aulas de politicagem e malandragem dominam as cabeças dos atuais representantes do povo. São fracos de espírito e sem aptidão para o trato com a coisa pública. Não resistem às comparações, nem de longe, com políticos do porte de Ulysses, Tancredo e Teotônio, uma vez que os portadores de mandatos, atualmente, não conseguem nem imitar os grandes gestos desses homens, que, embora tivessem muitos defeitos, estão muito acima dos que hoje se dizem membros da política brasileira.

Os bons políticos se foram. Os maus ficaram. Pior, se multiplicaram, para infelicidade do povo. Com a desesperança crescendo a cada dia e tomando conta das mentes sadias, os algozes aproveitam para fertilizar os seus cérebros doentios com ações improbas. A politicagem silente, subserviente e submissa já não se esconde. Mostra a cara, pede voto e tripudia dos incautos eleitores.

Na librina das noites e madrugadas já não encontramos mais as cabeças patriotas a pensar. As discussões, agora, excluem os princípios fundamentais e dão preferência às inescrupulosas ações que dilapidam, vergonhosamente, o patrimônio e os cofres públicos nacionais.

Os traidores das garantias constitucionais são traidores do país. Os desrespeitadores dos direitos sociais são exploradores do esforço humano. Os malversadores do erário são criminosos comuns disfarçados de colarinhos brancos.

Onde a lei não alcança ou a Justiça tarda, pratica-se a politicagem do ódio perpetrada pela ganância das facções políticas no poder, com a população pagando um alto preço pela desonestidade dos gestores públicos amorais. Os investimentos faltam, os recursos somem e a nação caminha cambaleante.

O papel do Parlamento não é esse que desempenham por aí. As prerrogativas do sistema bicameral precisam ser assumidas e exercidas de modo a construir barreiras aos erros do Executivo e aos desperdícios dos recursos que deveriam ser investidos na formação de uma sociedade mais igual. No entanto, o fisiologismo arraigado na classe política coloca em evidência o toma lá dá cá que governa a conflituosa e verdadeira relação entre o Poder Executivo e o Congresso.

Não há o que comemorar no cenário político brasileiro. A mediocridade é tamanha que até os acertos, muito raros, passam desapercebidos. As mudanças não vão surgir por obra do Executivo ou do Legislativo, mas por pressão do povo. As mobilizações é que darão nova cara ao Estado democrático de direito. Serão os cidadãos nas ruas que darão o tom da música a ser tocada. Afora isso, só Deus!

Com políticos sérios e probos a história seria outra. A politicagem silente, subserviente e submissa não existiria, porque embora perigosa na arte do segredo, da condescendência e do puxa-saquismo, simplesmente não teria espaço para voar, posto que suas asas estariam meticulosamente podadas. Os corruptos e corruptores da mesma forma não sobreviveriam. Contudo, o que vemos hoje são governantes que corrompem e que se deixam corromper.


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