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Estado de Minas

Espaço do leitor


postado em 19/07/2019 04:05

COINCIDÊNCIA?
Semelhanças entre 
ex-deputado e Lula 

Múcio Batista de Souza
Belo Horizonte

"Algumas notícias são tão absurdas que, ainda que sejam referentes a fatos ocorridos no Brasil, é difícil de acreditar. No dia 3 de julho, a mídia escrita publicou uma notícia. Senão vejamos: o ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro Paulo Melo, que se encontra cumprindo pena de prisão desde novembro de 2017, no presídio Bangu 8, objetivando reduzir sua pena, voltou a estudar no Colégio Estadual Henrique de Souza Filho, que funciona dentro do mencionado presídio. Digno de nota é o fato de o referido presidiário, depois de fazer 'um teste de nivelamento, retomou os estudos a partir do 6º ano do ensino fundamental, equivalente à antiga 5ª série, a primeira do ginásio'. Isso quer dizer que esse político, que chegou à presidência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, somente tinha curso primário. Chegando aonde chegou, com 'tanta' educação e cultura, lembramo-nos de outro político que chegou à Presidência do Brasil e que se gabava de somente ter o curso primário e que, curiosamente, também se encontra cumprindo pena de prisão em um presídio de Curitiba!"


JOÃO GILBERTO
Compositor recebe
homenagem póstuma 

Roberto Vinicius P.S. Gama
Belo Horizonte

"Nada de 'pai da bossa nova'. Melhor é mestre-guardião do cancioneiro popular brasileiro. É o que penso de João Gilberto, ao recordar o relato de Moraes Moreira em que o credita como inspiração à transformação e conversão brazuca da música dos Novos Baianos. Graças à visita de Galvão, Moraes e Paulinho a João, recém-retornado ao Brasil e residindo em Ipanema, bem como à retribuída visita do gênio à moradia coletiva da galera conterrânea em Botafogo, ocasiões em que ele tocou e cantou uma série de canções populares para convencer o grupo de que deveria se diferenciar fazendo música brasileira, evidenciando e enaltecendo as raízes culturais para não ser 'só, só, somente só' uma banda brasileira de música gringa. Sinto com o artista João uma intimidade diferente, uma proximidade na distância, talvez um traço de mineiridade. Dizem por aí que sua 'eureka' musical não foi entre quatro paredes na Zona Sul do Rio, mas em um quartinho e no aconchego acústico de um banheiro em Diamantina-MG, em temporada na casa da irmã, em meados da década de 1950. Isso deve justificar o rigor da exigência técnica sonora ao se apresentar ao vivo, com suas interrupções e reclamações 'incômodas'. Se em busca da batida perfeita ele desenvolveu seu barulhinho bom, sem importunar outrem, exigia reciprocidade. Durante longo período, da adolescência aos 25 anos, eu também toquei violão e guitarra na sossegada reclusão do quarto, refugiando-me das críticas e reclamações de quem não queria me ouvir. Foi assim que me iniciei, sem saber da semelhança, como o genial músico escondido, obstinado e minimalista João Gilberto, conforme dizia meu irmão Pedro. E quando eu já começava um período de abandono do violão, no início dos anos 2010, fui seu vizinho' no Rio.  Sabia que ele estava na região, próximo a Carlos Góis ou Cupertino Durão, em algum prédio no Leblon, bairro chique com nome e ocupação de quilombo, lembrete de (con)fusões e desigualdades que também emergem da sofisticada e singela música popular joão-gilbertiana, arte de quem 'também foi muito maldito no Brasil'. Meu amado pai, Carlos Roberto, era excelente violonista amador e adorava tocar o repertório de João. Ah... suas músicas, sons e silêncios e mãos. Quanto afeto, suave intimidade. Uma vez escutei uma entrevista do músico mineiro Affonsinho, em que ele disse a melhor definição do jeitinho mineiro de falar. O mineirês é 'sotaque de pelúcia', expressão que consta na letra da adorável canção Sas sies sions. A música de João Gilberto é assim, um delicado misto baiano-mineiro, violão com sotaque de pelúcia. Música de doçura concentrada. Não se engane, essa tal 'bossa nova', sussurrada, é mesmo samba condensado. Afinal, como meu pai, entendestes bem, 'somos feitos de silêncio e som'. Todos esses que ouvirão seu canto de cantinho. Esse é João... violão de carinho!"


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