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Perigo nuclear


postado em 19/06/2019 04:08

A intransigência e o radicalismo de determinados líderes mundiais, a exemplo do presidente norte-americano, Donald Trump, e membros do governo teocrático do Irã, podem elevar a tensão no Oriente Médio, região com grande potencial explosivo, a níveis perigosos. O último lance nesse intrincado tabuleiro de xadrez se deu com o anúncio de autoridades iranianas de que seu país voltará a enriquecer urânio acima do nível estipulado pelo acordo assinado, em 2015, em Viena, entre a nação de origem persa e outros seis países. A decisão dos iranianos se dá na esteira da retirada dos Estados Unidos do pacto no ano passado, quando foram restabelecidas as sanções econômicas impostas pelos EUA ao Irã, antes que o acordo fosse firmado, justamente porque estava enriquecendo o mineral radioativo a níveis considerados perigosos pela comunidade internacional.

A questão de fundo é que com o enriquecimento de urânio acima do estipulado em negociações com a Alemanha, China, Rússia, França, Reino Unido e o próprio EUA, que estão fora do entendimento, o Irã terá capacidade para fabricar a bomba atômica, o que causa apreensão no mundo. Isso porque pode provocar uma nova corrida armamentista nuclear, em nível regional. A Arábia Saudita, aliada de primeira hora dos norte-americanos e que é predominantemente de muçulmanos sunitas, não toleraria ver seu principal rival, de maioria xiita - os dois ramos do islamismo não se entendem há séculos -, transformar-se em potência nuclear.

O tempo está passando e em poucos dias os iranianos ultrapassarão o limite de 300 quilos de reservas de urânio enriquecido, revelou a Organização Iraniana de Energia Atômica. No início de maio, o Irã já havia anunciado a suspensão de alguns de seus compromissos com os signatários do pacto. O regime dos aiatolás decidiu não respeitar dois limites impostos pelo acordo: o de 300 quilos para o mineral enriquecido e o de 13 toneladas para suas reservas de água pesada. Outras decisões podem ser tomadas pelo governo iraniano para reduzir seus compromissos nucleares, mas ainda não existe nada de concreto nesse sentido. Qualquer posicionamento mais duro será adotado pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional, a alma do regime teocrático.

A Europa vem se mobilizando para pressionar os iranianos a não radicalizarem, justamente quando crescem as tensões com os Estados Unidos, que reforçou sua presença militar no Oriente Médio depois do ataque a dois petroleiros no Mar de Omã, importante rota de escoamento de petróleo para o mundo ocidental. A Organização das Nações Unidas (ONU), por sua vez, também se manifestou contra o aumento das atividades nucleares por parte do Irã. O secretário-geral do organismo pede "a todas as partes que evitem qualquer medida que possa levar a uma escalada de tensões na região".

O Irã não deve agir como os norte-americanos e sepultar o significativo avanço que foi o acordo de 2015. Os Estados Unidos, por seu lado, não podem se portar como guardiães do mundo e impor seus interesses a outras nações pela força das armas. A ordem mundial vigente desde o fim da Segunda Guerra Mundial baseia-se no multilateralismo, com a valorização das negociações para a solução das diferenças entre as nações. Atualmente, o mundo precisa muito mais de diálogo do que de confrontos.


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