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Cenário internacional: Brasil e Chile


postado em 08/01/2019 05:05

“Padrões modernos e de alto nível” é a avaliação do novo acordo de livre-comércio assinado entre Brasil e o Chile, o qual contempla o que já está estabelecido no contrato entre o Chile e o Mercosul e visa facilitar o comércio entre os dois países. “Esse é o resultado de uma convergência natural que existe entre os nossos governos”, disse o então presidente brasileiro Michel Temer na assinatura do acordo, em Santiago. O destaque foi a rapidez de obter o acordo, em menos de seis meses. Por outra parte, o presidente chileno, Sebastián Piñera, comentou que “esse é um acordo que vai além do estritamente econômico, pois busca trazer e integrar nossos países do ponto de vista da cultura, colaboração política, solução e enfrentamento de problemas”.

 

O acordo de livre-comércio aborda questões relacionadas a telecomunicações, comércio eletrônico, serviços, meio ambiente, emprego e gênero, defesa, bem como cooperação econômica. O tratado beneficiará empresas chilenas de pequeno e médio portes que possam participar de licitações públicas no Brasil em igualdade de condições com fornecedores locais. Além disso, será facilitada a operação de provedores de serviços e produtos digitais chilenos no comércio eletrônico bilateral no Brasil. Nas telecomunicações, as tarifas de roaming serão eliminadas após dois anos do tratado.
O acordo incorpora novos capítulos sobre o progresso da tecnologia, cibersegurança, cooperação, incluindo a ligação entre o Oceano Atlântico com o Oceano Pacífico, desde Puerto Murtinho no Mato Grosso do Sul, passando pelo Paraguai e Argentina, até os portos do Norte do Chile. O Brasil é o principal parceiro comercial do Chile, com um comércio que supera US$ 11 bilhões, e também o principal destino para investimentos chilenos no exterior, com mais de US$ 31 bilhões.
Entre janeiro e agosto de 2018, o intercâmbio comercial cresceu 21%, totalizando US$ 6,808 milhões. O acordo negociado será um grande apoio para as pequenas e médias empresas (PME) chilenas, pela proximidade cultural e geográfica com o grande mercado do Brasil. No entanto, essas empresas também devem prestar atenção às novas políticas de abertura e maior competitividade econômica que serão promovidas pelo novo governo, o qual pode ser uma barreira para a entrada no mercado brasileiro para as PMEs chilenas.

 

Outros capítulos do novo acordo consideram a facilitação do comércio; comércio eletrônico; política de concorrência; entrada temporária de pessoas; boas práticas de regulamentação; cooperação econômica comercial e micro, pequenas e médias empresas. Na área de compras públicas, será possível que os fornecedores de PMEs chilenas participem de licitações no Brasil com a mesma proteção e tratamento que uma empresa brasileira.

 

Em relação ao e-commerce, poderão se beneficiar muito as PMEs, pois vai permitir regras que estabelecem o livre fluxo de informações e a proibição de exigir localização de servidores, bem como o reconhecimento de assinaturas eletrônicas emitidas pelos dois países, de acordo com suas leis nacionais, o que irá gerar uma redução significativa nos custos operacionais. Na área de produtos orgânicos, foi assinado um memorando de entendimento, conhecido como MOU– Memorando da Compreensão com o Brasil, no qual há semelhanças e analogias entre sistemas de certificação para orgânico em ambos os países, permitindo a livre comercialização dos produtos chilenos e brasileiros, ou seja, os produtos orgânicos que atendem aos regulamentos chilenos podem entrar no Brasil, assim como os produtos brasileiros podem entrar no Chile com selo orgânico chileno.

 

Como podemos observar, o tratado de livre-comércio assinado é muito amplo e permite a ampliação do comércio entre Brasil e Chile, assim como vai incrementar o investimento externo entre os dois países. Pode ser considerado como um exemplo de futuros tratados que o Brasil vai desenvolver com intensidade com múltiplos países, dentro da estratégia “‘guarda-chuva”’ de uma economia de princípios liberais de novo governo. Esse processo poderá ser replicado com países fora do âmbito do Mercosul, como Estados Unidos e Israel, no qual serão negociadas cláusulas de natureza econômica, segurança e comércio eletrônico, entre outras.

 

Não devemos esquecer que o acordo assinado entre o Chile e o Brasil pode ser analisado como o início de outras ações estratégicas visando à implantação de políticas econômicas liberais que foram sucesso no Chile e que poderiam ser readequadas para o Brasil. Acredito ser importante começar a ficar “por dentro” dessas experiências econômicas chilenas, tanto nas políticas macroeconômicas como microeconômicas, como forma de desenhar futuros cenários para o Brasil. Da mesma forma, o conteúdo liberal do novo governo também será expresso na política externa, na qual a negociação de amplos acordos comerciais de livre-comércio serão sinalizadores de novas formas do posicionamento geopolítico do Brasil no cenário global.


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