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Ciclone extratropical: os impactos do fenômeno climático que avança pelo sul do Brasil

O fenômeno aumenta o risco de alagamentos, deslizamentos e enxurradas, assim como destelhamentos, danos nas redes elétricas e quedas de árvores e galhos.


12/07/2023 18:12 - atualizado 12/07/2023 19:01
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nuvens sobre Florianópolis
(foto: Getty Images)

O centro do ciclone extratropical que atinge o sul do Brasil vai estar sobre a região de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, na noite de quarta-feira (12/7), de acordo com projeções feitas pela empresa MetSul Meteorologia.

Com isso, o período mais crítico de chuvas e ventos está previsto para a noite de quarta e as primeiras horas da quinta-feira (13/7), embora possa chover até parte da sexta.


Os ciclones extratropicais são centros de baixa pressão atmosférica que se formam fora dos trópicos, em médias e altas latitudes, explica Estael Sias, meteorologista do MetSul.


"Ele é formado pelo contraste de massas de ar quente e frio. Parte da sua ação é sugar toda a umidade pra essa região do centro de baixa pressão e jogar para a atmosfera, resfriando e transformando a umidade em nuvens. É nesse processo que o fenômeno espalha chuva e vento", diz Sias.


De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a configuração do novo ciclone extratropical se deu entre a última terça-feira (11/7) e esta quarta (12/7), por meio de área de baixa pressão continental posicionada entre o norte da Argentina e o Paraguai, que ganha força e deve avançar sobre o Sul do Brasil.


A previsão é de tempo com mais vento nas regiões Sul, Mato Grosso do Sul e sul de São Paulo.


Os ventos fortes, com rajadas significativas, devem ocorrer principalmente no litoral da Região Sul a partir da tarde de terça-feira, com rajadas que podem superar os 80 km/h em alguns locais.

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Os ventos devem se intensificar a partir de quinta-feira (13/7), afetando também áreas do litoral da região Sudeste.

Em relação às chuvas, há possibilidade de acumulados entre 70 a 100 milímetros no Rio Grande do Sul e Santa Catarina.


"É importante ressaltar, para comparação, que o esperado para todo o mês de julho em alguns municípios gaúchos era o total de 150 milímetros. Depois de um fim de semana que já foi chuvoso, ter esse volume alto pode prejudicar áreas urbanas, aumentando o risco de alagamento, além de impactar nível de arroios e rios importantes", afirma a meteorologista.

O que são e como se formam os ciclones extratropicais

Comuns na história climática brasileira, os ciclones extratropicais costumam se formar no extremo sul do país, entre o Rio Grande do Sul e Argentina e Uruguai, países vizinhos.


Seus ventos são mais fracos e seus efeitos têm duração menor em comparação com os ciclones tropicais.


"Ciclones extratropicais no Oceano Atlântico se formam toda semana, dezenas deles às vezes. Mas é comum que se formem perto do polo sul, muito distante. Por isso não mencionamos na previsão do tempo - um ciclone extratropical a mil quilômetros da costa não vai causar nenhum efeito para a população", aponta Sias.


A diferença do fenômeno que vemos agora é que, assim como os que ocorreram em junho e no ano passado, sua área de formação fica mais proxima à costa atlântica faz com que a população sinta os efeitos.


"A formação não é tão rápida quanto a de um tornado, por exemplo, que acontece em minutos", aponta Ana Avila, meteorologista e pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).


ondas no mar
(foto: Getty Images)

Há risco de alagamentos, deslizamentos e enxurradas, assim como destelhamentos, danos nas redes elétricas e quedas de árvores e galhos.

Os riscos variam de acordo com a região e a intensidade com a qual o ciclone deve atuar. Por isso é importante sempre estar alerta às recomendações da Defesa Civil e outros órgãos competentes na sua cidade e Estado.

Em cidades ao sul do país, com maior risco de alagamentos, as recomendações dos órgãos competentes vão desde procurar abrigo seguro a não entrar em contato com águas.

Cidades litorâneas também devem sentir maiores impactos. "Os ventos ficam mais fortes próximos ao mar, assim como as ondas, que podem chegar a quatro metros de altura. Por isso, é essencial que toda atividade marítima, como a pesca, seja cancelada", explica Avila.

Como a população deve se proteger

Em áreas mais afetadas, as recomendações pedem maior cautela. Abaixo, como exemplo, estão os conselhos da Defesa Civil de Santa Catarina:

Alagamentos


  • Evite contato com as águas;
  • Não dirija em áreas alagadas;
  • Evite pontes submersas e pontilhões;
  • Redobre a atenção com as crianças.

Deslizamentos

Fique atento:


  • A postes e árvores com inclinação;
  • Qualquer movimento de terra ou encostas próximo à sua residência;
  • Aparecimento de rachaduras em muros ou paredes.

Ventos fortes


  • Busque um local abrigado, longe de árvores, placas, postes e outros objetos que possam ser arremessados;
  • No local abrigado, fique longe de janelas.


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