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Estado de Minas YANOMAMIS

Bispos do Brasil divulgam nota em defesa dos Yanomamis e pedem justiça

Documento da CNBB ressalta que 'as dores de cada indígena são também da Igreja'


31/01/2023 17:26 - atualizado 31/01/2023 20:58

Crise do povo Yanomami, em Roraima
Bispos pedem às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro (foto: MICHAEL DANTAS / AFP)
A Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB) divulgou, nesta terça-feira (31/1), a nota “Em defesa dos povos originários”, motivada pela situação vivida pelo povo Yanomami que, de acordo com o documento, é a “síntese da ofensiva contra os direitos dos povos indígenas agravada nos últimos anos”. A realidade, segundo a nota, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) em seu relatório anual.

De acordo com a nota da presidência da CNBB, a realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. “Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro”.

Essa realidade, defende a CNBB, deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. “A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente”, reitera o documento.

Gravidade

Na nota, a CNBB, presidida pelo arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. A CNBB pede ainda que “diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, as mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça”. 

A CNBB reforça que a Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. “As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta”.

Confira a íntegra da nota divulgada pela CNBB:

“A ofensiva contra os direitos dos povos indígenas, agravada nos últimos anos, foi denunciada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI), em seu relatório anual. A realidade vivida pelo povo Yanomami é, pois, síntese do que apresenta o relatório do CIMI. Os povos originários, integrados à natureza, têm sido desrespeitados de modo contumaz, a partir da ganância, da exploração predatória do meio ambiente, que propaga a morte em nome do dinheiro.

Essa realidade deve despertar santa indignação no coração de cada pessoa, especialmente dos cristãos, que não podem fazer da defesa da vida uma simples bandeira a ser erguida sob motivação ideológica. A vida tem que ser efetivamente defendida, não apenas em uma etapa específica, mas em todo o seu curso. E a defesa da vida humana é indissociável do cuidado com o meio ambiente.

A CNBB pede às autoridades um adequado tratamento dedicado ao povo Yanomami e a cada comunidade indígena presente no território brasileiro. Diante da gravidade do que se verifica no Norte do País, das mortes, principalmente de crianças e de idosos, sejam apontados os responsáveis, para que a justiça prevaleça. O genocídio dos Yanomamis seja capítulo nunca esquecido na história do Brasil, para que não se repita crime semelhante contra a vida de nossos irmãos.

A Igreja Católica no Brasil está unida ao povo Yanomami, solidariamente, com sua rede de comunidades de fé. As dores de cada indígena são também da Igreja, que, a partir de sua doutrina, do magistério do Papa Francisco, vem ensinando a importância dos povos originários na preservação do planeta.

O momento é de tristeza e desolação, mas a Igreja Católica continuará a trabalhar, intensificando sempre mais as suas ações, em união com muitos segmentos da sociedade e do poder público, para que prevaleça a esperança, confiante de que cada Yanomami será respeitado em sua dignidade de filho e filha de Deus”.


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