(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas BRASIL

Desfecho do caso Bruno e Dom é adiado por 'indisponibilidade de salas'

O adiamento das audiências de instrução, que ocorreriam na próxima semana, atrasa o desfecho do processo na primeira instância da Justiça


20/01/2023 22:56 - atualizado 20/01/2023 22:56

Bruno e Dom foram assassinados
Bruno e Dom foram assassinados (foto: LUCIOLA VILLELA / AFP)
A Justiça Federal no Amazonas adiou em quase dois meses a realização das audiências em que serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa no processo dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips. Eles foram mortos em 5 de junho de 2022.

 

O adiamento das audiências de instrução --que ocorreriam na próxima semana e que agora serão realizadas em março-- atrasa o desfecho do processo na primeira instância da Justiça. Após os depoimentos das testemunhas e dos próprios réus, o juiz já pode encaminhar uma sentença para o caso.

 

Como apontou a Justiça Federal, as razões para o adiamento foram uma falha de comunicação da própria Justiça e uma indisponibilidade de salas para que os réus acompanhassem as audiências, que serão feitas por videoconferência. Os suspeitos estão em penitenciárias federais de segurança máxima, por decisão da Justiça.

 

Leia: Dom e Bruno: PF prende suspeitos de ocultar os corpos 

 

Amarildo Oliveira, o Pelado, está preso preventivamente no presídio federal de Catanduvas (PR), após ser transferido inicialmente à penitenciária federal de Campo Grande (MS), em novembro. Os outros dois réus -Oseney de Oliveira, o Dos Santos (irmão de Amarildo), e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha- estão presos na unidade de Campo Grande.

 

O processo tramita na Vara Federal de Tabatinga (AM), que fica na região da tríplice fronteira do Brasil com Colômbia e Peru. A cidade é a segunda mais próxima de Atalaia do Norte (AM), município vizinho da terra indígena Vale do Javari e destino de Bruno e Dom quando retornavam pelo rio Itaquaí.

 

Leia: Dom e Bruno: MPF denuncia três pessoas pelo assassinato 

 

Os dois foram assassinados pelos réus num trecho do rio próximo da terra indígena, em razão da atuação de Bruno no combate à pesca ilegal no território tradicional, conforme denúncia do MPF (Ministério Público Federal) apresentada no mês seguinte ao duplo homicídio. Os suspeitos atuavam com pesca ilegal na região, segundo o MPF.

 

A PF (Polícia Federal) investiga ainda a possibilidade de que exista mandante para o crime. Um inquérito apura a existência de uma organização criminosa de pesca ilegal na região do Vale do Javari. Segundo a polícia, o líder do grupo é Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, que voltou a ser preso pela PF em dezembro.

 

Leia: Sebastião Salgado culpa política de Bolsonaro por mortes de Bruno e Dom 

 

As datas inicialmente marcadas para o depoimento de testemunhas e réus eram os próximos dias 23, 24 e 25. O juiz federal Fabiano Verli remarcou essas audiências para 20, 21 e 22 de março.

 

Conforme a Justiça, houve falta de comunicação e indisponibilidade de salas para que os réus presos acompanhassem todas as oitivas em videoconferências. Emails foram enviados pela Vara à administração penitenciária federal, a cargo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para remarcação das audiências.

Em nota, a Secretaria de Políticas Penais do Ministério da Justiça disse que as salas das penitenciárias federais têm equipamentos e estrutura necessários às audiências.

 

"Para que seja realizada a marcação de audiência por videoconferência e para que haja compatibilidade com as agendas das penitenciárias, é necessário o contato prévio por telefone, para verificação de data disponível e realização do pré-agendamento, de modo a evitar o conflito de audiências", afirmou a secretaria. "A remarcação pode acontecer em caso de indisponibilidade de agendas."

 

O ministério disse que as agendas para março estão confirmadas, nos moldes do que foi solicitado pela Justiça Federal.

 

A defesa dos réus, feita pela advogada Goreth Rubim, pediu a suspensão do andamento do processo em razão da "ausência nos autos de documentos e provas essenciais à causa". Segundo a advogada, não constam nos autos os laudos de perícias feitas no curso das investigações, o que impediria a condução da defesa ao longo dos depoimentos nas audiências de instrução.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)