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Estado de Minas ESTUDO DA CNT

Deterioração acelerada compromete estradas

Apenas 8,5% das rodovias nacionais são ótimas, enquanto 66% vão de péssimas a regulares, no pior desempenho em 25 anos, aponta a CNT


10/11/2022 04:00 - atualizado 10/11/2022 11:06

tráfego intenso
Trechos da BR-381 em Santa Luzia e em Caeté (foto: Fotos: Jair Amaral/EM/D.A Press)


Nenhum alento para quem vai enfrentar as estradas de Minas Gerais no próximo feriado da Proclamação da República (15 de novembro), emendado ao fim de semana. Se o patamar de apenas 8,5% das rodovias nacionais consideradas ótimas assustou por ser o pior em 25 anos da pesquisa CNT, o resultado mineiro, com índice de 5,2%, o 15º do Brasil, mostra como os motoristas que trafegam pela maior malha viária do país estão sujeitos a risco de morte e a prejuízos quando ingressam no estado das Alterosas.

Em Minas, o estudo apontou, ainda, 7,9% de vias em péssimo estado e 28,4% ruins. (Confira a tabela.) Em todo o país, as estradas péssimas, ruins e regulares correspondem a 66% de toda a malha. A 25ª Pesquisa CNT de Rodovias 2022 foi publicada ontem e chama a atenção para a deterioração das estradas brasileiras, o que não é diferente nas que cortam Minas Gerais.

Entre as 10 melhores, todas concedidas à iniciativa privada, a melhor mineira foi a BR-050, em Araguari, no Triângulo, em terceiro lugar. Entre as rodovias federais de administração pública que passam por Minas Gerais e outros estados, receberam o conceito ótimo as BRs135 e 146. Foram avaliadas como boas as BRs 040, 050, 116, 120 e 122. As BRs 464, 474, 491, 494, 497 e 499 são consideradas ruins. Outras 25 foram consideradas regulares, entre elas as BRs 262 e 381.

Ao todo, o estudo identificou que Minas Gerais tem 9.718 quilômetros de rodovias com problemas e 397 pontos críticos. O montante representa 63,7% dos 15.256 quilômetros pesquisados no estado. Os demais 36,3% de extensão foram considerados com condição satisfatória, sendo que 0,1% está com o pavimento totalmente destruído, segundo a pesquisa.
  
Quando avaliada apenas a malha pavimentada, 76,8% das estradas apresentam algum tipo de problema, sendo consideradas regular, ruins ou péssimas, e 23,2% são consideradas ótimas ou boas. "As condições do pavimento no estado geram aumento de custo operacional do transporte de 40,6%. Isso se reflete na competitividade e no preço dos produtos", informou a CNT.

A sinalização apresentada em 71,4% da extensão da malha rodoviária da região é considerada regular, ruim ou péssima; 28,6%, ótima ou boa. Do total, 4,5% da extensão estão sem faixa central e 12,3% não têm faixas laterais. A pesquisa mostra também que o  traçado (geometria da via) de 75,6% das vias apresenta algum tipo de problema, enquanto 24,4% estão ótimo ou bom.

As pistas simples predominam em 88,6%. Falta acostamento em 52,9% dos trechos avaliados e 24,4% dos trechos com curvas perigosas não têm sinalização. "São rodovias não modernizadas, sem ampliações e que passaram a receber um fluxo crescente com o aumento da frota. Há situações críticas, como a falta de acostamento, também um resultado da idade (das rodovias) e da falta de investimentos. O acostamento é um refúgio importante para manutenção de quem se encontra em uma emergência e eleva os riscos de acidentes quando não há esse espaço para quem precisa parar", alerta Bruno Batista, diretor-executivo da CNT.

Para recuperar as rodovias em Minas Gerais, com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução, são necessários R$ 14,10 bilhões. Em 2022, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 170 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária no estado. Esse desperdício custará R$ 775,73 milhões aos transportadores.

PELO PAÍS 

A Pesquisa CNT de Rodovias 2022 mostra que o pavimento considerado desgastado no Brasil responde por 50,5%; o que contém trincas, malhas e remendos chega a 35%; as estradas onde há afundamentos, ondulações e buracos abrangem 5%; e as que foram simplesmente destruídas, 0,6%. "Há 10 anos, as rodovias perfeitas eram 35%. Pela  primeira vez em 10 anos, esse índice caiu abaixo dos 10%, o que demonstra uma grande degradação das rodovias e um investimento que só diminuiu", afirma Bruno Batista, diretor-executivo da CNT.

Os dados apontam que o estado geral da malha rodoviária brasileira piorou em 2022. Dos 110.333 quilômetros avaliados, 66% foram classificados como regular, ruim ou péssimo. Em 2021, esse percentual era de 61,8%. Com o objetivo de colaborar para o desenvolvimento do transporte rodoviário de cargas e de passageiros, a Confederação avalia 100% da malha rodoviária pavimentada federal e as principais rodovias estaduais. Durante 30 dias, 22 equipes percorreram as cinco regiões do Brasil.

Em toda a malha pesquisada, foi observada uma piora significativa no item “pavimento” em relação ao resultado de 2021. A CNT identificou que 55,5% (61.311 quilômetros) da extensão encontram-se em estado regular, ruim ou péssimo, um acréscimo de 3,3 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Para a “sinalização”, 60,7% (66.985 quilômetros) foram considerados deficientes (regular, ruim ou péssimo), enquanto para “geometria da via” esse índice corresponde a 63,9% (70.445 quilômetros).

Operação no feriado 

A Polícia Militar Rodoviária de Minas Gerais organiza a Operação Proclamação da República para o feriado de 15 de novembro, que contará com ações de combate e prevenção em várias frentes. A ação começa a partir das 7h de 11 de novembro, na MGC-356, em frente ao BH Shopping. De acordo com o tenente Muniz, da PMRv, estarão envolvidos no local efetivo da Polícia Militar (PM) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Além disso, todos os policiais de administração e operações estão convocados, totalizando cerca de 2 mil policiais.

"Todas as rodovias mineiras estaduais e federais estarão sob a operação de patrulha. A PRF vai apoiar, pois Minas Gerais tem a maior malha rodoviária do Brasil", disse. A frota das viaturas também foi renovada para o policiamento rodoviário. "Faremos operações de prevenção de acidentes e com apoio da Companhia Tático Rodoviária, operações repressivas fiscalizando ônibus e caminhões."

O tenente contou ainda que há preocupação com a Lei Seca, que será priorizada devido ao grande número de ocorrências de ingestão de bebida alcoólica nos feriados. “ O crime de trânsito ocorre quando há presença acima de 0,34mg de álcool no ar expelido pelos pulmões”, explicou.



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