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Estado de Minas ENTENDA A DIFERENÇA

Bolsonaro diz que Queiroga estuda rebaixar para endemia a COVID-19

Neste mês, completa dois anos desde que a classificação de pandemia foi determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)


03/03/2022 11:28 - atualizado 03/03/2022 13:08

Presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministro da Saúde Marcelo Queiroga
Presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que ministro da Saúde Marcelo Queiroga estuda status de endemia da COVID-19 no Brasil (foto: Reprodução/Twitter)
O presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou nesta terça-feira (3/3) que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, estuda rebaixar o status da COVID-19 no Brasil de pandemia para endemia. A classificação foi determinada em 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e este mês completa dois anos. Pandemia é o nível mais grave de disseminação de uma doença e a escala da OMS inclui ainda os termos endemia, epidemia e surto.

No Twitter, Bolsonaro citou um trecho da Lei 13.979/2020, que dispõe sobre medidas para o enfrentamento da pandemia, onde afirma que o “Ministro de Estado da Saúde disporá sobre a duração da situação de emergência de saúde pública”. “Em virtude da melhora do cenário epidemiológico e de acordo com o § 2° do Art. 1° da Lei 13.979/2020, o @minsaude , @mqueiroga2 , estuda rebaixar para ENDEMIA a atual situação da COVID-19 no Brasil”, informou o presidente.

Essa decisão pode ser precipitada, segundo o médico infectologista Estevão Urbano, um dos conselheiros do prefeito Alexandre Kalil (PSD) no Comitê de Enfrentamento à COVID-19. “Acho que os números estão melhores, mas ainda não dá para falar endemia. Para considerar endemia, temos que ter números bem abaixo do que estão hoje e por um período sustentável de tempo. Hoje o número de casos ainda é alto para classificarmos como situação endêmica e mesmo quando baixa, é preciso saber se vai sustentar por mais tempo ou se vai ter um novo surto da doença”, avalia o especialista.

Ele explica: “Endemia é quando você tem um número sustentável de casos por um período contínuo de tempo, começando a fazer parte da vida das pessoas. É o caso da tuberculose e malária, por exemplo, que são doenças seculares que sempre afetam a população dentro de um limite de casos históricos. Na pandemia esse número de casos foge do controle, da média histórica, e se torna mundial.” 



Estevão ainda se preocupa com um novo surto de casos do coronavírus. “É preciso ter uma sustentabilidade de casos em alguns meses e o que temos visto na pandemia, é que de tempos em tempos, o número de casos ainda tem piora. Acho que ainda é precoce essa denominação”, ressalta. 

Ele aponta que mesmo em um cenário favorável da vacinação, com mais de 80% da população imunizada com a 3ª dose, ainda é necessário ter atenção. “A imunidade da vacina e da doença não parece ser duradoura, vai caindo com os meses. A gente não sabe como vai se comportar a imunidade das pessoas daqui a 6 meses, por exemplo. Ainda pode ser que aumente o número de casos se aparecer uma nova variante, não dá para garantir que ficaremos com números baixos endêmicos, precisamos esperar mais meses, esperar os acontecimentos”, observa.

O infectologista ainda alerta que a mudança de pandemia para endemia não é algo para se comemorar. “Endemia não é necessariamente um quadro bom, significa que uma infecção ficou e não foi embora, faz parte do nosso dia a dia e não conseguimos eliminá-la. Essa endemia pode voltar a se tornar pandêmica novamente. Não podemos comemorar uma endemia”, afirma.
 
Se o rebaixamento de fato ocorrer, a doença provocada pelo coronavírus deixará de ser vista como uma emergência de saúde e muitas das restrições, como uso de máscaras, proibição de aglomerações e exigência do passaporte vacinal, deixarão de ser aplicadas. 


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