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Estado de Minas PANDEMIA

Especialistas explicam êxito da Coronavac sobre variantes da COVID-19

Pesquisa do Butantan em parceria com o laboratório Sinovac e com a USP mostrou que vacina chinesa pode ser eficaz contra mutações da doença


10/03/2021 17:34 - atualizado 10/03/2021 19:41

Pesquisa usou amostras de sangue de 35 pessoas obtidas durante a fase 3 de ensaios clínicos da CoronaVac(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Pesquisa usou amostras de sangue de 35 pessoas obtidas durante a fase 3 de ensaios clínicos da CoronaVac (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
 
Em anúncio feito nesta quarta-feira (10/03), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), informou que a vacina chinesa CoronaVac se mostrou eficaz contra as três variantes do coronavírus. Apesar de a pesquisa científica não ter sido divulgada, os resultados satisfatórios foram vistos num estudo preliminar feito pelo Instituto Butantan e pelo laboratório Sinovac em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
 
Três mutações da COVID-19 estão circulando no Brasil: a brasileira (B.1.1.28), a britânica (B.1.1.7) e a sul-africana (B.1.351). Da variante B.1.1.28 se originou a P.1, que surgiu no Amazonas e é tida com a mais letal entre as três, com presença em vários estados – inclusive em Minas Gerais.

A pesquisa usou amostras de sangue de 35 pessoas obtidas durante a fase 3 de ensaios clínicos da CoronaVac. O Butantan apontou que as amostras são infectadas por novas variantes dentro de um cultivo de células, e, assim, é testada a capacidade dos anticorpos gerados pela vacina.
 
A neutralização consiste em testar se os anticorpos gerados em decorrência da vacina vão neutralizar e combater o vírus nesse cultivo.

“O estudo é o mesmo que avalia a eficácia de outras vacinas, que está em processo de finalização para ser publicado. O que ele mostra é algo que a gente já pensava. Se você tem um vírus inteiro, ele leva à produção de anticorpos contra as espículas do vírus, mas produz anticorpos contra as demais partes desse vírus. As mutações ocorrem principalmente nos espinhos e ele mostrou resultado eficaz. Era mesmo de se esperar que a vacina funcionasse contra as variantes”, explicou o epidemiologista Geraldo Cunha Cury, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e coordenador da aplicação de vacinas em Belo Horizonte.
 
Outra característica da vacina inativada do Butantan é que ela consegue ter uma proteína Spike completa. As vacinas que têm fragmentos menores dessa proteína podem apresentar menos chances de eficácia contra as novas variantes.
 
“Eles pegam amostras dos diferentes tipos de vírus e coloca com anticorpos neutralizantes para pessoas que toaram a vacina para ver se funciona. O estudo é feito com toda a vacina. Temos uma expectativa boa quanto a isso”, acrescenta o médico.

A CoronaVac foi a primeira vacina a ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, a AstraZeneca também obteve aprovação emergencial para ser aplicada no país. 

Segundo Lotufo, a vacina de Oxford também pode ser fundamental contra as variantes: "A CoronaVac é a mais distribuída no Brasil. É uma notícia boa. A vacina AstraZeneca já mostrou eficácia em relação à variante. Não foi testada na variante sul-africana, mas a britânica e a brasileira são sensíveis aos anticorpos produzidos na vacinação”.

Os dois imunizantes foram produzidos de maneiras diferentes, mas têm o mesmo efeito para as pessoas. “A vacina da Sinovac inativa o vírus e injeta o vírus morto, seguindo a teoria das vacinas que tomamos durante toda a vida. Já a AstraZênica pega um pedaço do vírus responsável pela produção da espícula e pela reação que eles fazem num vírus inocente, um vírus que não produz doenças em pessoas, e esse vírus carrega o código dessa espícula. Ela leva o organismo a produzir anticorpos contra a espícula”.

 
Pesquisa deve ser mais abrangente 


Ainda que exista uma animação natural acerca da vacinação contra as variantes, a médica Ana Karolina Barreto, integrante do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), certifica que a pesquisa tem de ser feita em mais pessoas para ter resultados mais conclusivos.

"Embora os resultados sejam animadoras, é necessário que haja um número maior de pacientes testados que receberam a vacina para que possamos validar os dados. Os estudos precisam avançar um pouco mais", afirma a especlalista.

Segundo ela, a presença das variantes em várias regiões do país possibilitou que a vacina chinesa fosse avaliada de forma positiva em relação às mutações: "Foram avaliadas pessoas que receberam a CoronaVac numa região que está circulando novas variants, como no interior de São Paulo e no Amazonas, que tem a maior porcentagem de pessoas vacinas. Como a variante circula bastante, foi possível avaliar um grande número de vacinados e comparar com dados de pessoas infectadas. As taxas de doença grave e mortalidade pela nova variante foram menores do que de pessoas não vacinadas. Com isso, infere-se que a vacina pode ter proteção contra as variantes em circulação no Brasil" 


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