(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA

Condenado pela morte da mineira Ângela Diniz, Doca Street morre aos 86 anos

Ex-playboy assassinou a namorada com quatro tiros em 1976, depois de discussão em Búzios. Crime ganhou repercussão nacional


18/12/2020 17:55 - atualizado 18/12/2020 20:48

Doca Street alegou legítima defesa em seu julgamento pelo assassinato de Ângela Diniz(foto: Arquivo Estado de Minas)
Doca Street alegou legítima defesa em seu julgamento pelo assassinato de Ângela Diniz (foto: Arquivo Estado de Minas)

Conhecido por ter assassinado a mineira Ângela Diniz em 1976, com três tiros no rosto e um na nuca, o empresário e ex-playboy Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como Doca Street, morreu nesta sexta-feira (18/12) aos 86 anos, em São Paulo. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória. Ele deixa três filhos, 10 netos e uma bisneta.
 
O crime passional ganhou repercussão no Brasil, inspirando o crescimento do movimento feminista. Doca havia abandonado a mulher, Adelita Scarpa, e os dois filhos para morar com Ângela, socialite nascida em Belo Horizonte em 1944. Ela era casada com o engenheiro Milton Villas Boas, com quem teve três filhos e viveu relação conturbada - ambos haviam feito acordo judicial de desquite, pois o divórcio não era permitido no período. 

O relacionamento entre Doca e Ângela foi marcado por ciúmes, brigas e violência e durou apenas quatro meses. Na época do assassinato, eles haviam se refugiado na Praia dos Ossos, em Búzios, para escapar dos holofotes da mídia. 

O assassinato


Num ambiente de discórdia, Doca e Ângela tiveram uma discussão em 30 de dezembro de 1976, e o ex-playboy saiu de casa. Quando voltou, matou a namorada usando uma pistola. Depois dos disparos, ele fugiu, permanecendo semanas foragido. Mas depois se entregou à Justiça. 

No primeiro julgamento, em 1979, em Cabo Frio, ele foi defendido pelo advogado Evandro Lins e Silva. No processo, a defesa alegou que havia sido vítima de Ângela Diniz e que agira em legítima defesa, tese que ainda era aceita com base no Código Penal de 1940, vigente naquela época. Ele foi condenado a dois anos de prisão inicialmente, mas o a sentença foi anulada por ele ser réu primário. 
 
Por causa dos protestos de várias mulheres no país, um segundo julgamento ocorreu em 1981. E desta vez Doca receberia uma pena de 15 anos de prisão pelo crime, mais seis meses por ter fugido da Justiça. Ele cumpriu apenas três em regime fechado, dois no semiaberto e 10 em liberdade condicional. Na época do crime, Doca tinha 42 anos e Ângela, 32. 
 

Protesto 

 
Em 2006, Doca escreveu o livro "Mea Culpa: O depoimento que rompe 30 anos de silêncio", no qual descreve sua versão do caso. Uma das filhas de Ângela, Cristiana Villas Boas, criticou a publicação na época. O livro relata o período entre 1976, quando conheceu a namorada, e 1987.
 
O nome de Doca voltou à tona este ano com o lançamento do podcast Praia dos Ossos, da Rádio Novelo, que recontou a história de Ângela e do crime em oito episódios. 
 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)