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Estado de Minas ENTREVISTA

Advogado de Mari Ferrer diz que ela foi vitima do golpe 'boa noite, Cinderela'

Segundo advogado, família de influenciadora digital, que é mineira de Uberaba, 'foi destruída'


05/11/2020 18:16 - atualizado 05/11/2020 18:49

Mari Ferrer e André Aranha(foto: Redes Sociais/Reprodução)
Mari Ferrer e André Aranha (foto: Redes Sociais/Reprodução)
O advogado criminalista Júlio Ferreira da Fonseca, que defende a influenciadora digital Mariana Ferrer no caso de denúncia de estupro contra o empresário André de Camargo Aranha, disse, em entrevista ao Estado de Minas, nesta quinta-feira (5), que sua cliente foi 'drogada' por meio do golpe 'boa noite, Cinderela' e, em seguida, foi estuprada pelo acusado. O caso ganhou ampla repercussão nesta semana.

Embora esteja morando em Florianópolis (SC), onde teria ocorrido o suposto abuso sexual, em 2018, Mari Ferrer, de 23 anos, é mineira de Uberaba, no Triângulo, onde continuam morando seus parentes. Segundo o advogado, que também é da cidade do Triângulo Mineiro, a família 'está destruída' diante da violência sofrida por Mariana. Ele também disse que a 'cidade está muito solidária' à família.

O promotor Thiago Carriço de Oliveira, que atuou no inquérito, considerou que houve falta de dolo do estupro de vulnerável (entendeu que não houve intenção do empresário de cometer o ato violento). Ao noticiar o fato nesta semana, o site The Intercept usou o termo 'estupro culposo' (embora a expressão não apareça no processo). O site também divulgou vídeo do julgamento do processo, no qual o defensor do empresário, o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho, atacou a influenciadora digital.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apuram o caso, que ganhou ampla repercussão e suscitou debates, sobretudo em torno do termo 'estupro culposo'. 


No julgamento, realizado em 8 setembro passado, o juiz Rudson Marques absolveu André Aranha da acusação de estupro de vulnerável por falta de provas. A absolvição foi baseada na argumentação do Ministério Público, feitas nas alegações finais, de que não teria como provar o dolo das atitudes do empresário, sustentando que o exame toxicológico de Mariana não acusou nenhuma substância e as testemunhas não conseguiram afirmar, com certeza, que ela estaria drogada.

Em entrevista ao EM, o advogado Júlio Ferreira da Fonseca afirmou que a defesa já entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Embora alegando que não poder entrar em detalhes, pelo fato de o processo correr em sigilo de justiça, ele afirmou que contesta frontalmente o argumento da falta de provas. Pelo contrário, diz que existe 'prova avalassadora' de que ocorreu o estupro de vulnerável.

“Em relação à estratégia da defesa, sobre aquilo que foi colocado no recurso especificamente, não posso entrar em detalhes. (Mas) a prova existente no processo é uma prova avassaladora, no sentido de que a Mariana foi estuprada em estado de vulnerabilidade. Ela não tinha consciência da situação. Ela foi drogada. Foi submetida ao 'boa noite Cinderela'. Isso está muito claro no processo”, afirmou Fonseca.

“Agora, cumpre ao Tribunal reapreciar isso”, completou o defensor.

'Boa noite, Cinderela' é um golpe no qual a vítima é dopada ao ingerir uma bebida alcoólica misturada com outra substância. O golpe é aplicado por pessoas mal-intencionadas com o intuito roubar ou abusar sexualmente da vítima. Ao ingerir a bebida misturada com a droga, a vitima tem sua atenção e memória afetadas, tornando-se submissa a outra pessoa.

Em entrevista ao Jornal O Estado de São Paulo, o advogado Claudio Gastão da Rosa Filho reafirma a tese da defesa, da falta de provas contra o empresário André Aranha. Ele também nega que Mariana Ferrer tenha sido drogada.

“O que se comprovou, ao longo das audiências, é que, em nenhum momento, as provas comprovaram o estupro”, disse o advogado. Ele também alega que: 'em depoimento ao juiz, Mariana disse que não se recordava desse mesmo estupro amplamente relatado nas mídias, porque tinha sido drogada. Os laudos toxicológicos, na verdade, não apontaram qualquer indício de droga no seu organismo'.

“Família destruída”

Mari Ferrer(foto: Redes Sociais/Reprodução)
Mari Ferrer (foto: Redes Sociais/Reprodução)
Júlio Ferreira da Fonseca afirmou que a influenciadora digital vive uma série de traumas por causa da violência sexual que sofreu. "A Mariana hoje é uma moça que vegeta dentro de casa. Ela tem stress pós-traumático. Tem fobia social e também sofre de síndrome do pânico", relatou.

Segundo ele, o drama de Mariana se estende aos familiares. "A mãe dela também está com problemas em função de tudo isso. Ela tem uma irmã de 16 anos que está acompanhando toda situação e também se encontra em um quadro que começa a apresentar alterações psicológicas. Enfim, é uma família hoje que foi completamente destruída por uma situação horrorosa", avalia o advogado.

“Mas, estamos confiantes de que o Tribunal de Justiça vai reverter esta situação”, concluiu.


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