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Estado de Minas SãO PAULO

São Paulo apresenta um carnaval high tech

Plateia do Sambódromo do Anhembi testemunhou uma verdadeira folia tecnológica. Teve até robô na bateria. Rainha Sabrina Sato foi aplaudida de pé


postado em 23/02/2020 15:00 / atualizado em 23/02/2020 17:09

No recuo da bateria da Gaviões, plateia aplaudiu a rainha, Sabrina Sato, de pé, com fantasia de Julieta(foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas )
No recuo da bateria da Gaviões, plateia aplaudiu a rainha, Sabrina Sato, de pé, com fantasia de Julieta (foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas )

Fantasia de LED. Alegorias compostas por telões e QR Code.
Passistas com batimento cardíaco monitorado na avenida. E até robô que cai no samba. Se no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de São Paulo as agremiações apostaram em mensagens políticas para conquistar o público, na segunda noite no Sambódromo do Anhembi a plateia testemunhou um verdadeiro carnaval high tech.

Responsável por abrir a noite, a Pérola Negra coroou sua rainha de bateria, Samara Carneiro, com lâmpadas de LED. As luzinhas acendiam na medida em que ela sambava, levantando a plateia apesar do frio e da garoa fininha que caía àquela hora.

Já na Gaviões da Fiel, embalada pela estreia do carnavalesco Paulo Barros e pelo aniversário de 50 anos da escola, a escultura da ave-símbolo da agremiação emitia um ruído de arrepiar. Em outra alegoria, foi escondida uma piscina com uma bomba forte o suficiente para empurrar água barrenta sobre os destaques do carro.

Com o enredo Tempos Modernos, a Rosas de Ouro levou para o meio da bateria, o robô YuMi(foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas )
Com o enredo Tempos Modernos, a Rosas de Ouro levou para o meio da bateria, o robô YuMi (foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas )


Com o enredo Tempos Modernos, foi a Rosas de Ouro quem levou o mundo digital ao limite do carnaval. Em parceria com empresas de tecnologia e universidade, a escola da zona norte trouxe para o Sambódromo referências à criação das locomotivas e do automóvel e até um robô no meio da bateria distribuindo baquetas aos ritmistas.

Impressionantes, os recursos tecnológicos se misturaram às tradicionais lantejoulas, plumas e paetês. "O carnaval de São Paulo realmente cresce a cada ano. Isso é incrível. Não tenho os olhos fechados para a minha escola", comentou Solange Cruz, presidente da Mocidade Alegre. Na escola, havia várias alegorias mecanizadas e até um chafariz.


Unidos de Vila Maria


Com todos os carros equipados com telões para contar a história da China, o presidente da Unidos de Vila Maria, Adilson José de Souza, jura de pés juntos que a tecnologia não é uma tendência do carnaval. "Fizemos dentro do contexto do enredo sobre um país capaz de construir uma cidade em poucos dias", disse. "No que depender da Vila Maria, o carnaval continua raiz, que valoriza as expressões faciais e a alegria na avenida."

Pela reação da plateia, as inovações foram aprovadas. Com ingressos esgotados, o Anhembi recebeu público ainda maior do que no primeiro dia e, em diversos momentos, cantaram os sambas-enredos e acenderam iluminadores.

Embora a Gaviões tenha sido a favorita da arquibancada, os desfiles da segunda noite indicam uma disputa acirrada. Mocidade, Vila Maria e Rosas de Ouro também devem entrar forte na briga pelo título.


Pérola Negra

A Pérola Negra se destacou pela apresentação enxuta e mas luxuosa (foto: NELSON ALMEIDA /AFP)
A Pérola Negra se destacou pela apresentação enxuta e mas luxuosa (foto: NELSON ALMEIDA /AFP)


O desfile da Pérola Negra estava envolto em expectativa. Menos de duas semanas antes do carnaval, a tradicional escola de samba da Vila Madalena havia perdido 40% das suas fantasias durante o temporal que atingiu São Paulo. Contrariando as previsões pessimistas, a escola se destacou pela apresentação enxuta, mas luxuosa, com passistas de saias longas e muito colorido na avenida.

"Queremos vitória", incentivou a presidente da escola, Sheila Mônaco, ainda antes de seus 2,1 mil integrantes ganharem o sambódromo. Foi sob garoa fina e piso molhado que a Pérola entrou na passarela. De volta à elite de São Paulo, após faturar o título do grupo de acesso em 2019, a escola prestou tributo aos povos ciganos.

A narrativa proposta ia desde a Índia hinduísta, passava pelo Egito e citava até Sandra Rosa Madalena, do cantor Sidney Magal. Um dos carros trazia integrantes tocando castanholas de verdade. A rainha Samara Carneiro e a musa trans Mariah Fernandes se destacaram. A Pérola encerrou o desfile aos 64 minutos sob aplausos das arquibancadas.


Colorado do Brás


Para contar a história de Dom Sebastião, rei de Portugal morto na batalha de Alcácer-Quibir, a Colorado do Brás fez um desfile "analógico". A escola esbanjou cores e alas coreografadas, mas - ao contrário de boa parte das concorrentes - apostou em alegorias estáticas (a exceção foi um carro encimado por uma coroa giratória).

Pequena, a escola de 2,2 mil componentes, levou os espectadores para o Maranhão e explorou lendas que envolvem o sumiço do rei. A Colorado investiu em carros imensos e passistas com corpos à mostra. Nos destaques e no chão, componentes trajavam roupas mínimas, quando não era só pintura corporal. A agremiação trouxe, ainda, a primeira madrinha de bateria trans do grupo especial, Camila Prins.

Embora o desfile tenha transcorrido com tranquilidade, alguns componentes pareciam não dominar o samba-enredo e, nas arquibancadas, chegaram a comentar que um casal de mestre-sala e porta-bandeira estava desanimado. Ao encerrar o desfile com 64 minutos, muitos integrantes, emocionados, comemoraram o que consideraram ser uma apresentação de alto nível: "Ahá, uhu, o Anhembi é nosso!"


Gaviões da Fiel

Na estreia do carnavalesco Paulo Barros em São Paulo, a Gaviões da Fiel literalmente incendiou a avenida(foto: LUIZ GUADANOLI/SECOM/Fotos Públicas )
Na estreia do carnavalesco Paulo Barros em São Paulo, a Gaviões da Fiel literalmente incendiou a avenida (foto: LUIZ GUADANOLI/SECOM/Fotos Públicas )


Na
estreia do carnavalesco Paulo Barros em São Paulo, a Gaviões da Fiel literalmente incendiou a avenida. Para celebrar o amor, o tema do seu cinquentenário, a escola preparou uma série de surpresas. A mais quente, já na comissão de frente: Romeus e Julietas pegavam fogo (de verdade!) ao se beijar.

Vestidos de borboleta, destaques "desapareciam" camuflados no carro alegórico. Em outra alegoria, gorilas alpinistas também sumiam. Entre as inovações, a Gaviões apostou, ainda, em usar suportes elevados para destacar personagens ou fantasias no meio das alas. A exuberância chamava atenção. Haviam carros com cascatas de água e gangorras. Outro destaque foi o verdadeiro coral formado por todos os integrantes cantanto a plenos pulmões por 64 minutos.

A torcida fez uma festa à parte e recepcionou a escola com fogos de artifício. Para saudar os 3 mil componentes no Sambódromo, também cobriram a arquibancada com um bandeirão durante o recuo da bateria e aplaudiram a rainha, Sabrina Sato, de pé. Um problema enfrentado pela Gaviões foi quando um integrante da comissão de frente perdeu a capa, o que pode fazer a escola perder ponto.


Mocidade Alegre

Casal de mestre sala e porta bandeira, da Mocidade Alegre, evoluiu em sintonia (foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas)
Casal de mestre sala e porta bandeira, da Mocidade Alegre, evoluiu em sintonia (foto: Jefferson Pancieri/SP Turis/Fotos Públicas)


Um desfile para renascer. Foi assim que a Mocidade Alegre encarou o sambódromo após amargar a 8ª posição no ano passado. Na avenida, uma exaltação às mulheres. "Foi maravilhoso! Ficamos super felizes e tenho certeza que conseguimos representar nossa comunidade", comentou a presidente Solange Cruz que, como sempre faz, entrou e saiu do desfile pisando com o pé direito.

Com maquiagens fortes, carros com flores que desabrochavam, fantasias bem acabadas e muito misticismo, a Mocidade desfilou por 62 minutos e arrancou aplausos com suas referências às raízes femininas. Cerca de 70% dos passistas eram mulheres. No solo, só mães foram destaque. A rainha de bateria, Aline de Oliveira, brilhou.

Assim como em edições anteriores, a Mocidade ficou marcada pelo poder da bateria, que abusou da animação e das "paradinhas". À plateia, integrantes da escola distribuiram folhas de arruda e alecrim. Em contrapartida, a escola enfrentou dificuldade com um carro gigante que exalava cheiro de borracha queimada e cruzou quase todo o sambódromo esfumaçando. "Vai ter de empurrar", gritou um diretor de alegoria.


Águia de Ouro


A mesma humanidade que inventa o avião e aprende a voar é a que desenvolve a bomba responsável por dizimar cidades inteiras. Para falar sobre "o poder do saber", a Águia de Ouro abordou benefícios e problemas do conhecimento em 26 alas, cinco carros alegóricos e 2,5 mil integrantes. O desfile durou 64 minutos.

Embora abordasse o tema da tecnologia, a escola trouxe algumas alegorias tradicionais, mas muito alegres. Logo no começo, quatro dinossauros mecânicos eram operados manualmente. Também houve carros mais modernos e com telões, em menor número. Destaque para o retrato da bomba de Hiroshima (com cogumelo atômico feito de lã de aço). Em outro carro, a velha guarda e as crianças da Águia frequentavam uma escola. Nele, foi escrita uma frase de Paulo Freire: "Não se pode falar de educação sem amor".

A Águia de Ouro encerrou o desfile com 64 minutos de pista, mas não sem um susto. Uma integrante precisou ser retirada da avenida pelos bombeiros após desmaiar. "Isso não deve atrapalhar a evolução da escola", disse o presidente Sidnei Carrioullo. "Agora é aguardar a apuração."


Unidos de Vila Maria


Em todas as alegorias, faixas de LED. Na pista, fantasias com muitos leques, bordados e chapéus triangulares. Com enredo sobre a China e Zeca Pagodinho entre os puxadores, a Unidos de Vila Maria uniu elementos digitais a adereços clássicos e conseguiu realizar um desfile aplaudido.

Dragões tomaram a pista. Nas alegorias, referências que iam desde a medicina chinesa aos cuidados que o país passou a tomar para preservar sua biodiversidade. No quesito fofura, o destaque foi o carro das crianças fantasiadas de urso panda.

Para o Anhembi, a escola chegou a planejar trazer 600 chineses para participar da festa, mas acabou mudando de ideia após a epidemia de coronavirus. O resultado empolgou os componentes. "Por que não pensar em título", disse o presidente Adilson José de Souza.


Rosas de Ouro


A Rosas de Ouro encerrou com muita energia os desfiles do Grupo Especial. Uma das favoritas, a escola segurou as arquibancadas cheias até de manhã. Com muito brilho e tecnologia, a Rosas monitorou os batimentos cardíacos de componentes de várias alas, bem como a evolução, que foi medida por sensores levados à avenida pela escola.

Com o enredo "Tempos Modernos", a escola trouxe alas montadas em monociclos elétricos e até os componentes de apoio usavam óculos escuros com LEDs. No meio da bateria, coreografada, o robô YuMi, distribuindo baquetas para os ritmistas. A bateria, aliás, veio fantasiada de robô.

Também passaram temas retrofuturistas, carros com referências aos Jetsons, filmes como "De Volta Para o Futuro" e alas com "mulheres intergaláticas". No carro em homenagem à televisão, fotos do homem chegando à Lua. Sem correria, a Rosas de Ouro fechou o desfile aos 63 minutos.


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