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Estado de Minas

Ameaça a colégio do Distrito Federal mobiliza esquadrão antibombas da PM

Informação preliminar era de que quatro alunos planejavam ataque à escola de Brasília. Buscas por explosivos, no entanto, descartaram atentado


postado em 18/03/2019 18:14 / atualizado em 18/03/2019 18:29

Ameaça foi feita cinco dias após o massacre em Suzano, na Grande São Paulo(foto: Alan Rios/Esp.CB/D.A Press)
Ameaça foi feita cinco dias após o massacre em Suzano, na Grande São Paulo (foto: Alan Rios/Esp.CB/D.A Press)
O esquadrão antibombas da Polícia Militar foi acionado, na madrugada desta segunda-feira (18/3), para apurar uma suspeita de atentado contra o Centro Educacional Gisno, escola pública da 907 Norte. 

Um adolescente chegou a ser apreendido e levado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), mas nenhum explosivo foi encontrado no colégio. Mesmo assim, as aulas foram suspensas no turno matutino e ocorrerão normalmente à tarde e à noite.

A suspeita partiu de uma apuração do delegado-chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), Laécio Rossetto. O responsável pela DP informou aos militares sobre a possibilidade de atentado assim que soube da ameaça, às 4h50.

Mensagens postadas em redes sociais sinalizavam o ataque (veja galeria de fotos abaixo), que poderiam ter a participação de quatro estudantes. Após o atentado ter sido descartado, apenas um adolescente, considerado o pivô das ameaças, foi levado à DCA. Ele chegou escoltado à delegacia antes das 9h, usando roupas camufladas e demonstrando tranquilidade. Os responsáveis chegaram logo em seguida e o acompanharam para dentro do prédio. 


Busca não achou explosivos

O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e a Polícia Civil mobilizaram representantes especialistas neste tipo de ocorrência e foram até a escola. Várias viaturas do Corpo de Bombeiros também foram deslocadas ao colégio, quando ainda estava escuro (vídeo abaixo).

  

A Operação Petardo foi iniciada às 5h30 para procurar e destruir os artefatos, caso eles existissem mesmo. Às 7h, porém, o Corpo de Bombeiros declarou o fim da operação sem que se tivesse encontrado qualquer bomba nas dependências da escola. Um adolescente chegou a ser apreendido pelo envolvimento na ameaça e está na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA).
 
A movimentação deixou educadores, alunos e parentes de estudantes assustados. "Hoje quando minha neta contou das ameaças na internet, eu fiquei horrorizada", disse a aposentada Maria Oliveira, 63 anos. O professor de história José Jorge, no entanto, ponderou que um incidente do tipo nunca aconteceu no colégio. "Trabalho aqui há mais de 20 anos e nunca houve nenhum episódio semelhante. São alunos tranquilos, com comportamento normal de adolescentes. Essa não é uma escola com histórico de violência", disse .

 
Elogios ao nazismo

Apontado como pivô das ameaças, o aluno levado à Delegacia da Criança e do Adolescente foi descrito como quieto em sala de aula, mas simpatizante ao nazismo. "A capa do celular dele é uma suástica nazista. No Facebook e no Instagram, ele sempre posta coisas relacionadas a Hitler. Isso preocupa muito a gente", disse um estudante.
 
Um dia depois do massacre de Suzano, em São Paulo, o adolescente amedrontou os alunos. "Ele veio com uma jaqueta e uma máscara, como a que usaram lá (em Suzano). Aí ficou com as mãos no bolso e a gente ficou com medo de que ele estivesse armado", contou o mesmo aluno.

Delegacia


Ao todo, quatro jovens participaram das ameaças. Um deles, de 17, foi ouvido pelos policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) já nesta madrugada, por volta de 1h. Chamou a atenção do delegado o perfil dos adolescentes envolvidos, já que a maioria deles possuía histórico de problemas de diferentes tipos. "Um dos ouvidos já tomou remédio controlado, se consultava com psiquiatras, tem marcas de autoflagelação e já tentou suicídio. Outros têm problemas familiares e citaram que já sofreram bullying", revelou o delegado-chefe da DCA, Vicente Paranahiba.
 
Apesar de nenhum dos quatro possuir registro de ocorrência na polícia, o jovem apontado como o líder do grupo já chegou a agredir a própria mãe, segundo sua irmã, que o acompanhou em depoimento. Na revista na casa dele, nenhum objeto ilegal foi encontrado. "Quando chegou aqui na delegacia, ele disse que as postagens ameaçando a escola eram uma brincadeira, que não teria coragem de fazer isso", disse o delegado.
 
Um dos envolvidos tem 18 anos e será ouvido na 2° Delegacia de Polícia (Asa Norte). Ele pode responder pelas ameaças e por corrupção de menores, dependendo do seu depoimento e da conclusão dos policiais. Já os menores aguardam a decisão da Justiça. "Agora nós vamos continuar ouvindo os envolvidos. Foi instaurado um procedimento e será submetido à apreciação judicial. O ato pode ser colocado como uma ameaça ou incitação ao crime, mas isso será uma análise da Justiça." 
 

*Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende



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