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Estado de Minas

Colegas de atirador relatam momentos de pânico em colégio de Goiânia

Adolescente de 14 anos usou uma arma calibre .40 para atirar contra os colegas de classe


postado em 20/10/2017 15:52 / atualizado em 20/10/2017 15:58

(foto: Reprodução/Facebook )
(foto: Reprodução/Facebook )
A psicóloga Juliana Matos Gomes, de 33 anos, viveu minutos de terror antes de encontrar a filha, de 11 anos, e a sobrinha, de 13, que estudam no Colégio Goyases, em Goiânia. Na manhã desta sexta-feira (20/10), um adolescente de 14 anos usou uma arma calibre .40 para atirar contra os colegas de classe, alunos do 8º ano do ensino fundamental. Dois estudantes morreram e ao menos quatro ficaram feridos. Três em estado grave.

Segundo a sobrinha da psicóloga, que estuda na mesma sala do atirador, o garoto abriu fogo no final da última aula. "Ele assistiu todas as aulas, estava com a arma na mochila, e no final resolveu fazer isso", conta. Segundo ela, o primeiro tiro foi disparado dentro da mochila, “logo depois ele atirou para cima e depois aleatoriamente contra os alunos”, relata a garota.

Depois desse momento, o desespero se instaurou na sala de aula, que fica no terceiro andar do prédio. Na tentativa de se salvar da mira do atirador, alguns alunos caíram no chão e se machucaram. "Ela [minha sobrinha] não entendeu que eram tiros em um primeiro momento, só depois de alguns disparos uma colega a puxou pelo braço. Ela se desesperou, caiu no chão, mas conseguiu sair da sala”, descreve Gomes.

Ainda com a voz embargada, a psicóloga não esconde o alívio por ter encontrado a filha e a sobrinha a salvos. "Quando estava indo para a escola passou algumas viaturas por mim e já era um desespero absurdo. Não consigo descrever o alívio que eu senti quando as vi", desabafa.

Passado o susto, a adolescente está em casa também à espera de notícias sobre os colegas que não conseguiram escapar do atirador. Três vítimas foram levadas ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e estão em estado grave. A quarta foi encaminhada ao Hospital de Acidentados de Goiânia e está estável. 

Bullying


A sobrinha de Juliana contou ainda que o suspeito sentava sempre na última cadeira da sala, era excluído pelos outros jovens e foi, por muito tempo, alvo de ofensas por causa do cheiro. Em uma ocasião, os estudantes chegaram a jogar desodorante no adolescente. 

"Os colegas de sala implicavam com ele por causa do cheiro. (...) Minha sobrinha disse que [o atirador] chegou a mirar na cabeça de um dos meninos que cometia bullying contra ele, mas não sabe se chegou a acertá-lo. Graças a Deus ele não teve o controle de mirar certo", disse. 

O Correio procurou o colégio Goyases que, por sua vez, não quis se pronunciar sobre o caso por "não ter condições no momento". As aulas na instituição foram suspensas por tempo indeterminado. O atirador foi detido pela Polícia Militar de Goiás, ainda no local. 
 

Tiroteio em creche

 
Há pouco mais de duas semanas, no último 5 de outubro, outro crime bárbaro envolvendo crianças chocou o pais. O vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, colocou fogo na creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais. A tragédia resultou na morte de nove crianças, todas de 4 anos, e da professora Heley de Abreu Silva Batista, 43, que tentou salvar os alunos no momento do ataque.
 
Outras 21 pessoas ficaram feridas na ação. No momento em que o vigia jogou álcool e ateou fogo nas vítimas, a creche recebia 75 crianças e 17 funcionários que antecipavam a comemoração do Dia das Crianças.


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