Mais de mil funcionários da Universidade de São Paulo (USP), em greve há mais de dois meses, tiveram o ponto cortado nos salários pelos dias parados, segundo dados preliminares da reitoria. A instituição tem hoje quase 17 mil servidores. Apesar de ameaças, os últimos reitores evitaram tomar essa medida.
Cada diretor optou por um tipo de desconto: de todo o mês parado ou de apenas alguns dias. Outros diretores descartaram a possibilidade de corte, por concordarem com a greve ou para evitar desgaste com os servidores. No último encontro entre o reitor e os diretores foi discutida a necessidade de um parâmetro comum para orientar os descontos.
Doações
O corte de ponto ajudou a acirrar os ânimos até mesmo entre os grevistas que não foram punidos. "Não defendemos descontos, mas faltou isonomia: cortar salário de funcionário e não de docente", criticou o presidente da Associação de Docentes da USP (Adusp), Ciro Correia. "É um retrato da irresponsabilidade e da falta de princípio ético e legal", disse.