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Estado de Minas

"Pedintes de Natal" ocupam áreas de Recife à espera de doações

Áreas do centro da cidade e da Zona Sul da capital pernambucana são ocupadas por pessoas que têm casas, mas "acampam" nas ruas na época natalina


postado em 20/12/2012 11:47 / atualizado em 20/12/2012 11:50

Com a aproximação do Natal, muitas famílias carentes ocupam áreas do Recife à espera de doações. Nem todos são sem teto e alguns possuem casas em áreas da periferia da cidade, mas optam por "acampar" em áreas da cidade. Os “pedintes de Natal”, como são classificados pela Prefeitura atualmente ocupam quatro locais do centro: Rua da Aurora, Cais de Santa Rita, Praça do Imperador e Rua do Hospício. Na Zona Sul, as concentrações são na baira canal do bairro de Setúbal.

Os pedintes se abrigam dividindo as famílias por áreas. No Cais de Santa Rita, por exemplo, são erguidas divisórias de isopor e pedaços de madeira que servem como paredes improvisadas para separar o espaço que cada família tem da calçada. Os grupos de pedintes vâm de toda parte da cidade.

Jaqueline da Silva, 30 anos, levou a enteada menor de idade para se juntar ao grupo no Cais. “Aqui a gente recebe bem mais doações. E vai levando a vida assim”, conta. Ela explica que passa a semana de Natal no local desde criança, quando era levada pela mãe. “Desde que nasci venho para cá todo ano. A gente ganha roupa, comida...”.

Além de aguardar doações, eles aproveitam para pedir dinheiro nos sinais e vigiar os carros estacionados na área. É o caso de Carolina Pereira, 18 anos, que diz pedir dinheiro na rua porque não foi contemplada pelo programa Bolsa Família. “Se eu recebesse o dinheiro do Bolsa Família, não estaria aqui, mas me cadastrei e ainda não recebi nada”, conta a jovem que tem um filho de um ano e meio.

Para alguns, o tempo fora de casa serve também como descanso. Rubenita de Souza, 49 anos, limpa os vidros dos carros no bairro do Derby e conta que sempre nesta época do ano vai ao Cais de Santa Rita para ganhar algum “trocado” a mais e descansar do trabalho. “A gente passa esse tempo aqui recebendo doações para não passar o fim do ano com as vasilhas emborcadas. Aproveito também para descansar os braços do trabalho”, afirma.

Acabando o período natalino, o grupo pretende voltar para suas casas. Ana Andréa da Cruz, 25 anos, que está no Cais desde o dia 2 de dezembro e conta que vai embora antes do dia 30, para passar a virada do ano em casa. “Saio daqui somente dia 29 de dezembro para passar o ano novo na minha casa com a minha família".

De acordo com a Secretaria de Assistência Social, a maioria das pessoas que se abriga nas ruas durante esta época do ano não está em situação de rua e, por esse motivo, a Prefeitura não pode abrigá-los. “A ação da Prefeitura é encaminhá-los para suas casas, porque eles têm um lar”, afirma a secretária, Niedja Queiroz.

A administração municipal também orienta que as pessoas interessadas em fazer doações não alimentem esta prática e procurem instituições de caridade para encaminhar os donativos, de forma a garantir que os recursos sejam encaminhados para quem precisa mais.


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