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Estado de Minas

Vítima de sequestro-relâmpago é obrigada a beber líquido com gosto de sangue

Adolescente de 17 anos diz que foi obrigada a entrar em um carro, onde teria ocorrido um estranho crime no estado de Pernambuco


postado em 09/11/2012 08:25 / atualizado em 09/11/2012 08:52

Estudante conta ter sido obrigada a beber sangue em um suposto sequestro-relâmpago ocorrido na Região Metropolitana de Recife(foto: Bruna Monteiro/Esp.DP/D.A Press )
Estudante conta ter sido obrigada a beber sangue em um suposto sequestro-relâmpago ocorrido na Região Metropolitana de Recife (foto: Bruna Monteiro/Esp.DP/D.A Press )

Uma estudante de 17 anos, moradora de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), está sendo medicada com coquetéis contra doenças sexualmente transmissíveis após relatar que foi obrigada a beber sangue em uma situação que ela garante ter vivido na tarde do domingo, dia 28. A menina conta que foi forçada a entrar num carro na PE-15, nas imediações do Hospital Central de Paulista, na Vila Torres Galvão, em um suposto sequestro de durou cerca de 30 minutos, e não teve testemunhas.

A adolescente – cujo nome a família prefere manter em sigilo – diz que foi abordada pelos ocupantes de um carro preto, de modelo não-identificado, que parou ao seu lado pedindo informações sobre como chegar em Olinda. “Uma mulher loura aparentando ter entre 40 e 50 anos, muito bem vestida, parecia perdida e desceu do carro para ouvir a explicação. De repente, ela me empurrou dentro do carro, entrou e o veículo começou a andar”, conta. A partir daí, uma sequência de acontecimentos estranhos é relatada pela menina. Segundo ela, dento do carro estavam outra adolescente, que não esboçou qualquer reação, um motorista e três gatos. “Os animais estavam inquietos, passando de um banco para outro. Às vezes, a mulher colocava um dos gatos em cima de mim”, afirma.

Em seguida, ela conta ter sido obrigada a beber um líquido avermelhado com gosto de sangue. Apesar de não ter visto armas no veículo, a menina diz ter se sentido muito ameaçada. “Só conseguia pedir para que não me matassem. Estava muito nervosa, chorando”. Pouco depois de beber o líquido avermelhado, o homem que dirigia o carro teria perguntado a sua idade. “Respondi que tinha 17 anos. Aí ele ficou dizendo 'largue logo, deixe ela, não serve'”. Depois disso, a mulher teria pego alguns pertences da sua bolsa (documentos, celular, câmera fotográfica) e ordenado que o carro parasse nas proximidades do Espaço Ciência, no Complexo de Salgadinho, em Olinda. “Estava vazio e eu estava grogue, me sentindo estranha. Só lembro que andei um pouco, vi um ônibus PE-15 e entrei”.

Uma tia e vizinha da garota, que não quis se identificar, foi a primeira pessoa a encontrá-la depois dos supostos acontecimentos. “Por volta das 17h, a vi descendo a rua e achei que ela estivesse passando mal. Ela tremia, estava gelada, confusa e repetia que tinha sido ´pega´por um carro”, relata. Inicialmente, a família pensou que ela tinha sido atropelada. “Achei que um carro tinha batido nela. Fiquei procurando machucados. Ela só chorava. Só depois de um tempo ela se acalmou e começou a contar essa história”, recorda a mãe da menina.

Atendimento

 Mãe e filha procuraram atendimento hospitalar ainda na noite do domingo. “Passamos por cinco hospitais e UPAs mas só conseguimos atendimento no Hospital Agamenon Magalhães, na Estrada do Arraial”, afirma a mãe. Lá, a estudante foi atendida em um centro especializado para mulheres agredidas e conversou com vários profissionais, entre eles um psicólogo. “Sei que a história é muito estranha. No hospital, um psicólogo perguntou se eu acreditava na possibilidade de delírio. Eu sei que já tive problemas como síndrome do pânico, o psicólogo também sabia, mas eu não tenho motivos para inventar essa história. A mulher ficou com algumas coisas minhas, não acho que uma alucinação teria causado isso", argumenta.

A adolescente foi submetida à coleta de sangue para realização de exames, cujos resultados sairão no dia 12 deste mês. A médica, especialista em ginecologia e obstetrícia, receitou medicamentos preventivos a doenças sexualmente transmissíveis, como HIV e sífilis. No laudo médico que a família mostrou à reportagem do Pernambuco.com estão as prescrições dos medicamentos para os próximos 30 dias e a descrição de “possível ritual de magia negra”.

Na segunda-feira (29), mãe e filha dizem ter ido até a Gerência de Policia da Criança e do Adolescente (GPCA) de Paulista mas, como a adolescente ainda estava bastante abalada e confusa, teriam sido aconselhadas a voltarem apenas quando ela estivesse em condições para prestar depoimento. Até o fechamento desta reportagem, a família não voltou para prestar queixa, alegando ter medo de relatar o caso porque a autora do suposto sequestrou teria ficado com documentos da menina, onde estariam informações como endereço da casa e da escola, além de uma câmera fotográfica com fotos da família. Muito assustada, só ontem a adolescente voltou a frequentar a escola. Em casa e na vizinhança, a menina é descrita como tranquila, estudiosa e sem envolvimento com álcool ou drogas.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social e com GPCA de Paulista. Ambas afirmam não ter informações sobre este caso ou sobre ocorrências semelhantes na área. A Secretaria de Saúde do Estado também não quis detalhar o atendimento prestado à adolescente porque o caso foi tratado como agressão e, neste caso, as informações não são divulgadas à Imprensa.


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