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Estado de Minas

Em entrevista, embaixador dos EUA Thomas Shannon fala sobre visto para brasileiros

A pauta do Brasil e dos Estados Unidos converge para abolir a exigência do visto


postado em 05/09/2012 07:33 / atualizado em 05/09/2012 08:14

(foto: Carlos Kulps/Consulado dos EUA )
(foto: Carlos Kulps/Consulado dos EUA )

As diferenças na política externa dos Estados Unidos para a América Latina adotadas por democratas e republicanos existem. Mas, no que diz respeito à política de concessão de vistos aos brasileiros, vença a eleição o democrata Barack Obama ou ganhe o republicano Mitt Rommney, a linha se manterá. A pauta do Brasil e dos Estados Unidos converge para, a médio prazo, abolir a exigência do visto. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, o embaixador dos EUA, Thomas Shannon, que estará hoje na capital mineira, afirma que os dois partidos favorecem a corrida do turismo brasileiro à América do Norte, particularmente à Disneyworld, a Miami, a Nova York e a Las Vegas. “Os brasileiros gastaram quase US$ 7 bilhões no ano passado, o que é importante para a nossa economia. E que também está produzindo emprego.”

Atento ao contingente de um milhão de turistas brasileiros que viajaram aos EUA no ano passado, em maio deste ano o país anunciou um conjunto de facilidades, com a implantação dos centros de atendimento aos solicitantes do visto (Casvs), um deles em Belo Horizonte, que reduziu o tempo médio para a obtenção dos vistos. No ano passado o viajante esperava até quatro meses, prazo que caiu para até dois dias.

Em Minas Gerais, a expectativa é de que até 2014 o consulado esteja em funcionamento, o que pode ocorrer antes, caso o governo americano encontre um imóvel adequado para receber o órgão. “Mas é o nosso objetivo e a nossa intenção acabar com a exigência do visto”, afirma Shannon.

Além da grande demanda por vistos, o embaixador ressalta a importância econômica do comércio bilateral: “Em 2011, os Estados Unidos exportaram para Minas Gerais US$ 2 bilhões em produtos, o que corresponde a 7% de todos as importações do estado. Somos o maior exportador para Minas, que enviou ao mercado americano US$ 3 bilhões. Somos o terceiro país comprador do estado, atrás da China e do Japão”, afirma.

Qual é o balanço dos primeiros meses da mudança da sistemática para a concessão de vistos e do funcionamento dos centros de atendimento aos solicitantes do visto (Casv)?
Quando o presidente Barack Obama visitou o Brasil em 2011, o tempo de espera para vistos em São Paulo era de 120 dias. Com os centros de atendimento e outras ações da embaixada e dos consulados, reduzimos o tempo de espera para até dois dias. Em Minas, no momento em que solicitam as entrevistas em Brasília ou no Rio de Janeiro, o tempo de espera é entre um e dois dias para o agendamento. O Casv em Belo Horizonte oferece oportunidade de as pessoas darem início ao processo de solicitação de visto no estado sem visitar os consulados. Aqueles que precisam de entrevista, é claro, têm, em um segundo momento, de ir aos consulados. Mas as pessoas que estão renovando os vistos podem fazê-lo nos próprios Casvs. O Casv está facilitando o processo que se tornará ainda mais acessível depois da instalação do consulado em Belo Horizonte.

A instalação de um consulado dos Estados Unidos em Minas é uma antiga reivindicação do estado. O que motivou este ano o anúncio oficial do governo norte-americano?
Primeiro nossa tentativa de melhorar o nosso serviço consular, especialmente na área de vistos. Em segundo lugar, Minas Gerais historicamente é um dos estados mais importantes do Brasil. Não somente politicamente e em termos populacionais, mas também pelo tamanho de sua economia. Por isso sempre mantivemos um escritório de nosso serviço comercial em Belo Horizonte. Com o consulado e a sua infraestrutura vamos poder oferecer não apenas ajuda às pessoas que solicitam vistos, mas também aos empresários. Há muita demanda por informações de empresas interessadas em investir no Brasil e empresários interessados em exportar e em importar dos Estados Unidos. Minas Gerais tem fama nos Estados Unidos, não apenas como um estado agrícola importante, mas por ter universidades de alta categoria e por ter mão de obra qualificada.

As mudanças realizadas na política de vistos projetam, em algum momento, o fim da exigência do visto entre Brasil e os Estados Unidos?
Esste é o nosso objetivo e a nossa intenção. Estamos falando com o Ministério de Relações Exteriores, avaliando as possibilidades de fazer isso. Não é fácil, pois o nosso Congresso depois do 11 de Setembro revisou os meios para o programa de isenção de vistos. Hoje é mais complicado, pois exige uma série de acordos bilaterais. Mas estamos falando com as autoridades brasileiras sobre como podemos facilitar o nosso diálogo para permitir isso.

Há mudanças significativas entre republicanos e democratas na política de vistos para o Brasil?

Não. Porque o que está por trás da política de vistos é a importância do brasileiro na economia dos Estados Unidos. No ano passado um milhão de turistas brasileiros gastaram quase US$ 7 bilhões, o que é importante para a nossa economia, especialmente para os estados da Flórida, Geórgia e Nova York. E que também está produzindo emprego. Os dois partidos e os dois candidatos favorecem isso.

Pensando na América Latina, que diferenças apontaria na política externa norte-americana entre republicanos e democratas?
Imagino que poderia se identificar algumas diferenças. Mas neste momento o mais importante é o reconhecimento bipartidário da importância da América Latina para os Estados Unidos, especialmente a América do Sul, por sua capacidade na área agrícola, pela produção de energia e também pela estabilidade política. Os países da América do Sul, liderados pelo Brasil, são parceiros importantes em alguns dos temas mais complicados e importantes do século 21.


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