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Estado de Minas

Justiça condena Lindemberg Alves a 98 anos e 10 meses de prisão


postado em 16/02/2012 19:50 / atualizado em 16/02/2012 20:58

Lindemberg Alves, de 25 anos, foi condenado a pena máxima, de 98 anos e 10 meses de prisão, pelo assassinato da ex-namorada Eloá Pimentel, em Santo André (SP). Após quatro dias de julgamento, a juíza Milena Dias deu a sentença na tarde de hoje. O crime ocorreu em 2008. Ele era acusado de 12 crimes, incluindo homicídio doloso de Eloá, dupla tentativa de homicídio de Nayara Rodrigues e o sargento da PM Atos Valeriano, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

A juíza também determinou que Lindemberg não poderá recorrer em liberdade. A advogada de defesa, Ana Lucia Assad,  já declarou sua intenção de recorrer.

O júri era formado por sete pessoas - seis homens e uma mulher - que ouviram os depoimentos de 13 testemunhas e do réu durante a semana de julgamento. Depois dos debates da promotoria e defesa, os jurados se reuniram para responder um formulário com cerca de 50 questões sobre o caso.

Durante a leitura da sentença, foi destacada a frieza e o egoismo dos atos de Lindemberg, para quem, de acordo com o júri, "Eloá não podia por vontade própria, terminar o relacionamento". Também foram destacadas as consequências do sequestro para as famílias de Eloá e Nayara que "atingiu um patamar insuportável diante da possibilidade da morte".

Com o fim do julgamento, a mãe Eloá, Ana Cristina Pimentel, fez um pronunciamento para a imprensa. "“Quero agradecer a todos. Em primeiro lugar eu quero agradecer a Deus por tudo o que aconteceu hoje. Se não fosse ele, não sei o que seria de mim. Também quero agradecer a toda a população, a todos aqueles que dormiram aqui".

O julgamento

Durante o julgamento Lindemberg falou pela primeira vez sobre os dias de cárcere no apartamento da ex-namorada. O acusado foi a última pessoa a ser ouvida. Durante o depoimento, logo após pedir perdão à família de Eloá, ele assumiu que atirou contra a garota.

Segundo o depoimento dele, o assassinato não foi intencional. “Quando a polícia invadiu, a Eloá fez menção de levantar e eu, sem pensar, atirei. Foi tudo muito rápido”. O jovem disse que ficou surpreso com a chegada da polícia nos arredores do prédio e se apavorou.

Durante o julgamento, a advogada, tentou apontar corresponsáveis pelo crime, como mídia pela cobertura e a polícia pela ação de invasão ao apartamento, além de amenizar a imagem do acusado. Ela também deixou claro, no último dia, durante os debates, que não esperava que Lindemberg fosse absolvido. “Ele errou e deve pagar por isso”, afirmou.

Ana Lucia, porém, tentou convencer os jurados de que Lindemberg deveria ter as acusações amenizadas. Segundo a defesa do réu, as acusações teriam de ser homicídio culposo (quando não há intenção) pela morte de Eloá; dupla lesão corporal culposa pelos disparos que atingiram Nayara Rodrigues e um PM; e ser absolvido da acusação de cárcere privado contra os amigos de Eloá.


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