Salvador – Um dia depois de o comandante-geral da Polícia Militar da Bahia, Alfredo Castro, anunciar que a greve da categoria acabou e que 85% do efetivo de 32 mil agentes já estava trabalhando, o policiamento nas ruas de Salvador ainda estava ontem sob responsabilidade de soldados do Exército. Mas à noite, assembleia de policiais decidiu pôr fim ao movimento.
O grupo que participou do encontro havia insistido na continuação da greve mesmo depois do ultimato do governo do estado na sexta-feira. O impasse era o mesmo: os grevistas cobravam o pagamento da gratificação GAP 4 neste ano e a revogação das punições administrativas, o que o governo baiano se negava a conceder. A atitude do comandante da Polícia Militar do estado, coronel Alfredo Castro, de "decretar" o fim da greve e exigir a volta dos policiais ao trabalho, sob pena de a ausência ser punida "com o rigor da lei", causou insatisfação e a paralisação foi mantida ontem.
No entorno do Mercado Modelo e do Elevador Lacerda, pontos turísticos na região central da capital baiana, havia apenas soldados do Exército, sem policiais nem viaturas da PM. O movimento de pessoas era fraco, assim como no Pelourinho, no Centro Histórico da cidade, um dos pontos mais visitados pelos turistas. Um policial militar fazia a ronda sozinho. Dois carros da PM trancados estavam estacionados no local.
Interior
O arrombamento de uma tradicional loja de artigos esportivos no Centro de Itabuna, de onde os ladrões levaram cerca de R$ 2 mil em mercadorias, quebrou a aparente normalidade e deixou os comerciantes da cidade ainda mais apreensivos e cautelosos em relação ao esvaziamento da greve da PM. No município, o sindicato da categoria estima uma queda de movimento no comércio de 50%, a mesma registrada na vizinha cidade de Ilhéus. O início do ano letivo nas escolas da rede municipal de ensino das duas cidades foi remarcado para amanhã. Em Itabuna, os oficiais saíram para policiar as ruas, ao lado do contingente da Força Nacional de Segurança, que vai permanecer na cidade mesmo depois do encerramento da greve, até que o policiamento ostensivo da PM volte à normalidade na região.