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Estado de Minas CHECAMOS

Não há registro de que Eike admitiu subornos a ex-presidentes e ministros do STF citados nas redes

O conteúdo também foi enviado ao WhatsApp do AFP Checamos para verificação


26/05/2021 20:13 - atualizado 26/05/2021 20:13


 

Captura de tela feita em 24 de maio de 2021 de uma publicação no Facebook
Captura de tela feita em 24 de maio de 2021 de uma publicação no Facebook
Publicações que afirmam que o empresário Eike Batista confessou ter pago propina aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, assim como aos políticos Renan Calheiros, Rodrigo Maia, Gleisi Hoffmann e aos ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer foram compartilhadas mais de 3,1 mil vezes desde o último 26 de abril. No entanto, não foi encontrado qualquer registro de uma delação em que ele tenha revelado esses crimes. 

 

“EIKE BATISTA CONFESSOU: ‘EU PAGUEI PROPINA PRO MINISTRO FACHIN, PRA ROSA WEBER, PRO LEVANDOWSKI, PRO GILMAR MENDES, PRO TÓFOLI, PRO RENAN, PRO RODRIGO MAIA, PRO LULA, PRA DILMA, PRA GLEISI HOFFMAN, PRO TEMER…”, diz o texto das imagens das publicações compartilhadas no Facebook (1, 2, 3) e no Instagram (1, 2). 


O conteúdo também foi enviado ao WhatsApp do AFP Checamos para verificação. 


No entanto, uma busca no Google pelas palavras-chave “confissão” ou “delação”, “Eike Batista” e os nomes citados na publicação não leva a nenhum registro de possível relato do empresário que envolva cinco dos onze ministros do STF, o senador Renan Calheiros (MDB), o deputado federal Rodrigo Maia (Democratas), o ex-presidente Lula (PT), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) e o ex-presidente Michel Temer (MDB). 

 

Em novembro do ano passado, a ministra Rosa Weber homologou o acordo de delação premiada fechado pelo empresário Eike Batista com a Procuradoria-Geral da República. A delação, baseada em depoimentos e documentos apresentados por Batista como provas, está sob sigilo e tramita no STF porque ele mencionou pessoas que têm foro privilegiado na mais alta corte do país.

 

Meses antes da homologação, em fevereiro, foi noticiado que Batista admitiu ter pago 20 milhões de reais em propina ao deputado federal Aécio Neves (PSDB). Segundo o empresário, Neves teria favorecido suas empresas junto ao poder público, especialmente no estado de Minas Gerais. Entre os benefícios, o empresário apontou a concessão de licenças ambientais. O deputado mineiro negou as acusações. 

 

Em julho de 2017, Batista - que em 2012 havia sido considerado pela revista Forbes o sétimo homem mais rico do mundo - foi condenado a 30 anos de prisão por corrupção ativa e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. Ele foi acusado de pagar 16,5 milhões de dólares (na época, o equivalente a 52 milhões de reais) ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral em troca de contratos com o governo estadual. O empresário, que nega ter dado a propina, cumpre a sentença em prisão domiciliar. 

 

Batista fez fortuna na exploração de mineração, petróleo, gás, logística, energia, indústria naval e carvão mineral. Além da sentença pela Lava Jato, ele foi condenado outras três vezes, a última em fevereiro de 2021, por crimes contra o mercado financeiro. 


O AFP Checamos não conseguiu entrar em contato com a defesa do empresário.


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