"Houve abjetos e injustificáveis atos de violência contra quenianos enquanto travavam (...) uma dura batalha pela independência e soberania. E para isso não pode haver desculpas" possíveis, declarou o monarca durante um jantar de Estado oferecido pelo presidente do Quênia, William Ruto.
A visita de Charles, de 74 anos, e da rainha Camilla teve início nesta terça-feira e é sua primeira como rei a um país do Commonwealth (Comunidade das Nações). A viagem acontece antes de o Quênia comemorar em dezembro o 60º aniversário de sua independência da coroa britânia.
Entre 1952 e 1960, mais de 10 mil pessoas foram mortas durante a revolta dos Mau-Mau contra o poder colonial, uma das repressões mais sangrentas do império britânico.
"Nada disso pode mudar o passado, mas encarando nossa história com honestidade e abertura, talvez possamos mostrar a fortaleza de nossa amizade atual, e fazendo isso, espero que possamos continuar construindo um vínculo cada vez mais estreito nos próximos anos", concluiu o rei.
No domingo, a ONG Comissão de Direitos Humanos do Quênia (KHRC, sigla em inglês) instou Charles "a pedir desculpas públicas incondicionais e inequívocas (...) pelo tratamento brutal e desumano infligido aos cidadãos quenianos durante todo o período colonial", entre 1895 e 1963.
A KHRC também pediu compensações "por todas as atrocidades cometidas contra os diferentes grupos do país".
NAIRÓBI