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Estado de Minas WASHINGTON

Ataques contra forças americanas aumentam risco de conflito entre EUA e Irã


31/10/2023 14:44
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Os ataques reiterados contra as forças americanas no Oriente Médio aumentam o risco de arrastar os Estados Unidos para um conflito com o Irã, ainda que Washington queira evitar um transbordamento da guerra entre Israel e Hamas para a região, afirmam especialistas.

As tropas americanas e seus aliados foram atacados 14 vezes no Iraque e nove vezes na Síria nas últimas duas semanas, segundo o Pentágono.

Washington acusa Teerã de participar indiretamente dessas ofensivas, que aumentaram desde o início da guerra entre Israel e Hamas.

Em resposta, na semana passada, o Exército americano realizou ataques na Síria, que deixaram vítimas, em locais vinculados ao Irã, segundo o Pentágono.

Essa segue sendo uma resposta limitada por parte dos Estados Unidos, que têm um considerável poderio militar, mas busca evitar uma conflagração regional.

"Preocupa-nos que os membros da rede de ameaça iraniana intensifiquem seus ataques de uma maneira que corram o risco de cometer erros de cálculo que levem a região à guerra", disse um alto funcionário do Departamento de Defesa americano.

- "Reação" -

"Em uma guerra regional, todos perdem. Por isso estamos trabalhando com nossos parceiros e aliados, por telefone, e fortalecemos nossa postura para expressar claramente nosso desejo de evitar um conflito regional", afirmou.

Segundo os Estados Unidos, os ataques de suas tropas não estão relacionados ao conflito entre Israel e Hamas, desencadeado pela sangrenta ofensiva do movimento islamista palestino de 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos em território israelense.

Mas o Irã disse na segunda-feira que os ataques contra as forças americanas foram "uma reação" à ajuda americana a Israel, cujo bombardeio de represália contra a Faixa de Gaza matou mais de 8.300 pessoas, segundo o ministério da Saúde do Hamas.

Washington tem cerca de 900 soldados na Síria e quase 2.500 no Iraque que lutam contra o grupo extremista Estado Islâmico.

O número de vítimas nas recentes ofensivas contra americanos limitou-se até agora a 21 soldados levemente feridos. Também há um morto que sofreu um ataque do coração enquanto se abrigava por causa de um alarme falso. Mas a situação pode piorar.

- Risco de escalada -

"Existe um risco significativo de escalada entre os Estados Unidos e Irã devido a um transbordamento da guerra entre Israel e Hamas", seja por iniciativa de Teerã ou por grupos aliados que decidam agir por conta própria, disse Jeffrey Martini, um especialista em defesa no centro de pesquisas RAND.

Até o início da guerra entre Israel e Hamas, Washington havia firmado uma espécie de "acordo informal com o Irã destinado a reduzir as tensões regionais", que havia posto um fim aos ataques de grupos vinculados a Teerã no Iraque e na Síria contra as tropas americanas, segundo o pesquisador.

Mas a diferença em relação às ondas de ataques executados por esses grupos no passado é que agora "todos os grupos aliados do Irã parecem agir ao mesmo tempo", destacou Jon Alterman, especialista sobre a região do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Isso aumenta "a probabilidade de que algo saia mal", continuou.

Embora os Estados Unidos repitam em alto e bom som seu desejo de evitar um contágio do conflito entre Israel e Hamas, ao mesmo tempo reforçou sua presença militar na região como parte de sua política de dissuasão.

"Washington está tentando manter a moderação e, ao mesmo tempo, demonstra que não precisa fazer isso", disse Alterman.

"O desafio, da perspectiva americana, é que se você nunca ferir, teu oponente duvida da sua vontade, mas se o fizer, pode ficar preso em uma espiral", concluiu.


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