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Estado de Minas CÚPULA NO EGITO

Brasil denuncia crise em Gaza e 'paralisia' do Conselho de Segurança da ONU

No Egito, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou os ataques terroristas do Hamas e denunciou a crise humanitária em Gaza. "O Brasil irá apelar ao diálogo", disse


21/10/2023 09:41 - atualizado 21/10/2023 12:38
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Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discursando na Cúpula Internacional da Paz organizada pelo presidente egípcio no Cairo
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discursando na Cúpula Internacional da Paz organizada pelo presidente egípcio no Cairo (foto: (KHALED DESOUKI / AFP))

Representando o Brasil na Cúpula Internacional da Paz em Cairo, no Egito, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou, neste sábado (21/10), os ataques do grupo extremista Hamas a Israel e também denunciou a crise humanitária que ocorre na Faixa de Gaza , em meio a contraofensiva israelense. A região, que abriga mais de 2 milhões de habitantes, é alvo de constantes bombardeios e vivencia o corte de serviços essenciais, como água, alimentos, medicamentos e energia elétrica. 

"O Brasil tem acompanhado com preocupação a escalada de violência e a deterioração da situação de segurança na região recentemente e nos últimos meses. Lamentamos testemunhar tais condições no ano do trigésimo aniversário dos Acordos de Oslo. Se tivéssemos visto progressos desde então, estaríamos celebrando a paz e a amizade. No entanto, a situação que temos hoje diante de nós é muito terrível", iniciou o chanceler brasileiro. 

"O governo brasileiro rejeita e condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Cidadãos brasileiros estão entre as vítimas, três deles foram assassinados em Israel. Como muitos outros países, o Brasil também tem cidadãos à espera de serem evacuados de Gaza , enquanto observamos com alarme a deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, alimentos, água, eletricidade e combustível. Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância", continuou Mauro Vieira. 

O ministro também criticou as ocupações israelenses na Palestina, afirmando que o conflito na região afeta principalmente os civis. Segundo Mauro, o Brasil vai continuar com o apelo pelo diálogo e respeito ao direito humanitário. "O impasse no processo de paz; a estagnação social e económica que prevalece há muito tempo em Gaza; a expansão contínua dos colonatos israelitas nos territórios ocupados, a violência contra os civis, a destruição de infra-estruturas básicas, as violações do “status quo” histórico dos locais sagrados em Jerusalém, todos estes factores se combinam para gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a “solução de dois Estados” e gera ódio, violência e extremismo", ressaltou o chanceler.

Mauro Vieira lembrou do bombardeamento do hospital Al Ahli-Arab em Gaza, que causou centenas de mortes. Para ele, a destruição de estruturas de saúde é "inaceitável". "A comunidade internacional deve exercer os máximos esforços diplomáticos para garantir o rápido estabelecimento de corredores e pausas humanitárias e um cessar-fogo imediato. Como afirmou o presidente Lula, a crise actual exige uma acção humanitária multilateral urgente para acabar com o sofrimento dos civis apanhados no meio das hostilidades", frisou.

"Paralisia"

Ao longo do discurso na cúpula do Egito, Mauro Vieira afirmou que a "paralisia" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) tem causado "consequências prejudiciais para a segurança e a vida de milhões de pessoas". Na última quarta-feira (18/10), o Conselho da ONU rejeitou uma resolução proposta pelo Brasil para solucionar o conflito entre Israel e o grupo radical Hamas. Ao todo, doze países se manifestaram favoráveis a proposta, entre eles a França e a China, no entanto, o texto foi rejeitado após os Estados Unidos, que têm poder de veto, votarem contra. Rússia e Reino Unido se abstiveram.

Apesar do veto dos Estados Unidos, o chanceler brasileiro avalia que os doze votos favoráveis expressam o desejo por uma "ação rápida" no conflito, que já matou mais de 4 mil pessoas na Faixa de Gaza e 1,4 mil em Israel. "Temos de encontrar formas de revitalizar o processo de paz, de fazer avançar as negociações políticas no sentido de uma paz abrangente, justa e duradoura no Médio Oriente", defendeu Mauro.

"Só a retomada de negociações eficazes poderá trazer resultados concretos para a implementação da solução de dois Estados, em conformidade com todas as resoluções relevantes da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, com Israel e a Palestina a viverem em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e reconhecidas internacionalmente", acrescentou o ministro.

 


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