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Estado de Minas JERUSALÉM

Cristãos palestinos lamentam o 'sofrimento' na guerra Israel-Hamas


18/10/2023 09:18
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Os fiéis palestinos de uma igreja em Jerusalém Oriental sonham com a paz e falam de amor ao próximo independentemente da religião, mas não escondem a sua raiva contra Israel, que consideram o principal responsável pelos massacres cometidos pelo Hamas no seu território.

A atmosfera é densa quando estes católicos deixam a missa de Santiago Apóstolo em Beit Hanina, um bairro palestino na parte de Jerusalém ocupada por Israel desde 1967.

"Sou contra o ato de matar. O que o Hamas fez é terrível e não o apoio. Mas é muito complicado porque os habitantes de Gaza não fizeram nada. Não foi a população que fez isso, foi um grupo de pessoas chamado Hamas", diz Maria, uma agente de viagens de 21 anos que se recusa a revelar o sobrenome.

O ataque do movimento islamita palestino Hamas ao território israelense em 7 de outubro causou mais de 1.400 mortes, segundo dados israelenses, e desencadeou uma nova guerra contra o país, que desde então realizou bombardeios de represália na Faixa de Gaza, com um saldo de mais de 3.000 mortos, segundo as autoridades do enclave.

Condenando "inequivocamente qualquer ação que vise civis, independentemente da sua nacionalidade, filiação étnica ou religiosa", os patriarcas e líderes das igrejas cristãs representadas em Jerusalém pediram o "fim de todas as ações militares e violentas".

Eles lamentam que "a Terra Santa [esteja] atualmente atolada em violência e sofrimento devido ao conflito sem fim [entre Israel e os palestinos] e à lamentável ausência de justiça e de respeito pelos direitos humanos".

- "A criação de Israel"-

Na homilia em Santiago Apóstolo, o padre faz um apelo à paz o mais rápido possível.

Os poucos paroquianos que concordam em falar diante de uma câmera fazem declarações semelhantes.

"Hoje todos sofrem e é por isso que estamos na igreja, rezamos pela paz", diz Nakhle Bayda.

Mas fora das câmeras, o discurso dos participantes da missa entrevistados pela AFP é muito menos diplomático.

Rania está furiosa. Para ela, os militantes do Hamas que atacaram o sul de Israel são "a criação de Israel, de sua injustiça, das restrições [impostas por Israel a Gaza] e do assassinato das suas famílias durante todos estes anos".

Israel tornou os apoiadores do Hamas "violentos ao afogá-los" em uma "prisão ao ar livre", continua esta mulher na casa dos cinquenta anos, que trabalha em uma embaixada.

A partir do final da década de 1980, Israel permitiu que o Hamas e outros movimentos islâmicos prosperassem nos Territórios Palestinos ocupados para combater a influência da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), um conjunto de movimentos seculares liderados pelo líder histórico palestino Yasser Arafat, segundo especialistas.

Isso ocorreu até que Israel se viu abalado na década de 1990 por uma onda mortal de atentados suicidas perpetrados por membros do Hamas e da Jihad Islâmica, outro movimento palestino que defende a luta armada contra Israel e se recusa a reconhecer o processo de paz iniciado por Israel e pela OLP em 1993 e que leva anos estagnado.

Hoje, o Hamas é o inimigo número um de Israel. Desde que este movimento - apoiado pelo Irã e descrito como "terrorista" por Israel, Estados Unidos e União Europeia - governa a Faixa de Gaza, várias guerras ocorreram contra o Exército israelense.

As represálias de Israel em Gaza escandalizam Maria e Rania. O medo de falar é palpável entre os paroquianos de Beit Hanina.

"Queremos expressar os nossos sentimentos" sobre a guerra atual, explica Maria, "mas não podemos porque podemos perder os nossos empregos".


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