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Estado de Minas PRISTINA

Kosovo diz que seis suspeitos de participação em conflito fugiram para a Sérvia


25/09/2023 15:47
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O ministro do Interior do Kosovo denunciou, nesta segunda-feira (25), que pelo menos seis suspeitos de participação no conflito deste fim de semana com as forças de segurança fugiram para a Sérvia e estão sob cuidados médicos em um hospital.

Um grupo de 30 homens armados usou um mosteiro como trincheira no domingo, após uma emboscada contra uma patrulha policial - na qual um oficial foi morto perto da fronteira com a Sérvia.

"Seis terroristas feridos estão sendo tratados no hospital de Novi Pazar (sul do país) e pedimos à Sérvia que os entregue imediatamente às autoridades do Kosovo, para que sejam julgados", informou o ministro do Interior kosovar, Xhelal Svecla, a jornalistas.

Localizado nos arredores da cidade de Banjska, a localidade ao redor do mosteiro permanece isolada.

O governo de Kosovo declarou luto nacional e responsabilizou a Sérvia pelo incidente, uma acusação que Belgrado nega.

"Muitas coisas serão resolvidas com a investigação", indicou o primeiro-ministro de Kosovo, Albin Kurti.

O ministro do Interior kosovar informou que as autoridades apreenderam uma "quantidade excepcionalmente grande de armas pesadas", explosivos, uniformes, suprimentos alimentícios e equipamentos.

No entanto, ainda existem dúvidas sobre o conflito depois que as autoridades prenderam alguns suspeitos durante a operação.

No domingo, Kurti relatou que havia pelo menos 30 homens armados e uniformizados entrincheirados no mosteiro. Quatro homens foram mortoos, enquanto outros seis estariam sendo tratados em um hospital na Sérvia.

Na Sérvia, a imprensa noticiou os incidentes com ceticismo e muitos veículos citaram a declaração do presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que no domingo à noite desmentiu qualquer envolvimento nos combates e responsabilizou o governo do Kosovo.

- Reação internacional -

Por sua vez, nesta segunda-feira, a Rússia responsabilizou o governo do Kosovo pelo "sangue derramado" no dia anterior e advertiu sobre o risco de arrastar "toda a região dos Bálcãs para um perigoso precipício".

"Não resta dúvida de que o sangue derramado ontem [domingo] é uma consequência direta e imediata da política do suposto 'primeiro-ministro Albin Kurti' de incitação ao conflito", apontou o ministério russo das Relações Exteriores, advertindo que qualquer tentativa de agravar a situação poderia arrastar "toda a região dos Bálcãs para um perigoso precipício".

Segundo Moscou, a polícia do Kosovo "está desacreditada há tempos por alguns atos punitivos sistemáticos contra a comunidade sérvia".

Em alusão a um embargo aos bens provenientes da Sérvia, a Rússia afirmou que "as localidades do norte [do Kosovo]" estão há meses no limiar de uma catástrofe humanitária.

"Existe uma ameaça direta de que volte a limpeza étnica que os extremistas albaneses do Kosovo praticaram", considerou o ministério.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, pediu ao Kosovo e à Sérvia que evitem qualquer ação que alimente a tensão.

"Os autores deste crime devem ser responsabilizados por meio de um processo de investigação transparente", afirmou Blinken em um comunicado.

"Pedimos aos governos do Kosovo e da Sérvia que se abstenham de qualquer ação ou discurso que possa agravar ainda mais as tensões", acrescentou.

A morte do policial e o confronto aumentaram as tensões no Kosovo, depois de meses de atrito entre o governo de Pristina e as autoridades sérvias.

O conflito ocorreu mais de uma semana depois que um novo ciclo de diálogos com mediação da União Europeia (UE) terminou sem progressos.

Essa região do Kosovo costuma registrar incidentes deste tipo, mas as tensões aumentaram em maio depois que os dirigentes kosovares empossaram prefeitos de etnia albanesa em quatro municípios de maioria sérvia.

A Sérvia se recusa a reconhecer a independência desta antiga província, cuja população de 1,8 milhão de habitantes, de maioria albanesa, inclui uma comunidade de origem sérvia de aproximadamente 120.000 pessoas, que vivem essencialmente ao norte desse território.

A guerra do Kosovo (1998-1999) entre forças sérvias e independentistas albano-kosovares deixou 13.000 mortos, a maioria de albaneses.


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