O voo BA149, que ia de Londres para Kuala Lumpur, fez escala na Cidade do Kuwait em 2 de agosto de 1990, horas após o início da invasão ordenada pelo líder iraquiano Saddam Hussein. Os passageiros foram mantidos por alguns dias em um hotel próximo, controlado pelo Estado-Maior do Iraque, transferidos para Bagdá e usados como "escudos humanos" em locais estratégicos.
Alguns dos 367 passageiros e tripulantes passaram mais de quatro meses em cativeiro, posicionados em potenciais alvos da coalizão ocidental. Em novembro de 2021, o governo britânico pediu desculpas por não ter alertado a companhia sobre a invasão.
"As vítimas tomam medidas legais para que a verdade seja totalmente revelada, para que os responsáveis prestem contas e para que uma indenização seja paga", informou o escritório de advogados McCue Jury & Partners, que representa mais de 50 vítimas e que pretende entrar com o processo no começo de 2024, no Tribunal Superior de Londres. "No cativeiro, os reféns foram agredidos, violados e vítimas de simulações de execução", acrescentou o escritório.
"Durante 33 anos, todos tivemos que conviver com as sequelas, enquanto o horror do ocorrido foi varrido para debaixo do tapete pelos que eram cúmplices", denunciou Nicola Dowling, membro da tripulação.
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LONDRES
'Escudos humanos' de Saddam Hussein anunciam processo contra governo britânico e companhia aérea
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