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Estado de Minas NICÓSIA

Frágil tranquilidade no Chipre após incidente na zona-tampão da ONU


21/08/2023 16:15
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Uma frágil tranquilidade dominava a zona-tampão do Chipre nesta segunda-feira (21), após a ONU acusar, na sexta-feira, as forças turco-cipriotas de ferirem vários Capacetes Azuis que tentavam bloquear a construção de uma disputada estrada.

O incidente, um dos mais graves registrados nos últimos anos, provocou condenações internacionais.

As ações ocorreram em Pyla, a única cidade onde cipriotas turcos e gregos convivem, na linha verde monitorada pelas Nações Unidas que divide a ilha entre a República do Chipre, membro da União Europeia - que exerce sua autoridade no sul - e a autoproclamada República Turca do Chipre do Norte (RTCN), reconhecida apenas pela Turquia, que invadiu o terço norte da ilha em 1974.

"Tudo está calmo em Pyla", afirmou à AFP Aleem Siddique, porta-voz da Força de Manutenção de Paz da ONU no Chipre (Unficyp), nesta segunda-feira.

"A missão está pronta para bloquear qualquer retomada das obras", declarou ela, acrescentando que os Capacetes Azuis feridos já deixaram o hospital.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostraram escavadeiras separando veículos da ONU, barreiras de concreto e arame farpado, enquanto um grupo de policiais cipriotas turcos empurrava os Capacetes Azuis.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou as ações "inaceitáveis" e que "poderiam constituir graves crimes contra o direito internacional", disse seu porta-voz em um comunicado, que também foi corroborado pela República do Chipre, UE, EUA, França e Reino Unido.

O Conselho de Segurança da ONU se reuniria a portas fechadas nesta segunda-feira para discutir sobre a questão.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, por sua vez, criticou os Capacetes Azuis pelo incidente.

"A intervenção dos Capacetes Azuis (...) é inadmissível para nós. Com sua intervenção entre os habitantes do local e suas declarações inapropriadas", eles "afetaram sua imparcialidade e prejudicaram sua reputação. Impedir o acesso dos turco-cipriotas de Pyla à sua própria terra é ilegal e desumano", disse o chefe de Estado turco.

Os esforços para reunificar a ilha dividida estão estagnados desde o fracasso da última rodada de negociações apoiadas pela ONU em 2017. As autoridades da RTCN, por sua vez, indicaram que o projeto visa facilitar os deslocamentos de sua população e rejeitaram as acusações "infundadas" da missão da entidade.


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