(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GENEBRA

Suíços apoiam referendo sobre neutralidade do carbono


18/06/2023 14:00
436

Os suíços votaram neste domingo (18) em referendo a favor da meta de neutralidade de carbono em 2050, em um país que sofre o impacto do aquecimento global no derretimento de suas geleiras.

Segundo os resultados finais, 59,1% dos eleitores foram favoráveis à nova lei, que obrigará o país a reduzir drasticamente sua dependência das importações de petróleo e gás.

A nova norma também implica apostar no desenvolvimento de alternativas mais ecológicas e de produção própria.

Em um segundo referendo, 78,5% dos cidadãos também apoiaram o estabelecimento de um imposto de 15% para grandes empresas multinacionais, segundo as primeiras pesquisas de boca de urna.

A taxa de participação em ambos os referendos foi de cerca de 42%.

Pesquisas recentes mostraram forte apoio à proposta de neutralidade de carbono, apesar das advertências do Partido do Povo Suíço (UDC), de direita, de que tal lei poderia prejudicar a economia.

Os defensores da "Lei Federal de Metas de Proteção do Clima, Inovação e Fortalecimento da Segurança Energética" argumentam que a legislação era necessária para garantir a segurança energética.

Eles também afirmam que isso ajudaria a lidar com o impacto da mudança climática, evidenciado pelo dramático derretimento das geleiras nos Alpes suíços, que perderam um terço de seu volume entre 2001 e 2022.

O renomado glaciologista suíço Matthias Huss, que monitora o declínio das geleiras, elogiou no Twitter o "forte sinal" enviado pelo resultado e disse que está "muito feliz que os argumentos da ciência climática terem sido ouvidos".

- Alternativas ao petróleo e gás -

A Suíça importa cerca de três quartos de sua energia, incluindo todo o petróleo e gás natural.

A preocupação com a dependência do país de energias externas aumentou após a invasão russa da Ucrânia.

A princípio, os ativistas climáticos pressionaram pela proibição total do consumo de petróleo e gás até 2050 na Suíça. Mas o governo produziu uma contraproposta que descartou essa proibição e incluiu alguns elementos do projeto de lei original.

Especificamente, o texto propõe um apoio financeiro de 2 bilhões de francos suíços (US$ 2,2 bilhões, R$ 10,6 bilhões na cotação atual) ao longo de uma década para promover a substituição da calefação a gás ou petróleo por alternativas favoráveis ao clima, assim como ajudar as empresas a avançar em direção às inovações verdes.

Quase todos os grandes partidos apoiaram o projeto, com exceção do UDC, o maior do país.

O líder do UDC, Marco Chiesa, chamou o projeto de "utópico" e alertou que "não teria impacto" no clima global e aumentaria os preços da eletricidade.

O partido, que há dois anos conseguiu bloquear uma lei semelhante que reduziria as emissões de gases de efeito estufa, também observou que o apoio à nova lei era desigual.

Nas regiões rurais, sete dos 26 cantões votaram contra, em um contexto de preocupação com a chegada da energia eólica e o impacto da redução do acesso a combustíveis fósseis na mobilidade.

Enquanto isso, o apoio foi especialmente forte em áreas urbanas como Genebra, onde quase 75% dos eleitores apoiaram a lei.

- Impostos corporativos -

Os suíços também votaram neste domingo por um aumento no imposto às grandes empresas.

A nova legislação permite alterar a Constituição para que a Suíça faça parte de um acordo internacional liderado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O pacto visa introduzir um imposto global mínimo de 15% para as corporações multinacionais. A ideia é aplicar o novo imposto a todas as empresas sediadas na Suíça que faturam mais de 800 milhões de dólares por ano (3,8 bilhões de reais, na cotação atual).

Até agora, muitos dos 26 cantões suíços têm algumas das taxas de imposto corporativo mais baixas do mundo, o que consideravam necessário para atrair empresas devido aos altos salários no país.

O governo suíço lançará a nova taxa no próximo ano e estima que vai gerar de 1 bilhão a 2,5 bilhões de francos suíços no primeiro ano (5,3 bilhões a 13,4 bilhões de reais, na cotação atual).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)