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Estado de Minas PARIS

Integração dos migrantes, difícil equilíbrio entre o trabalho e a precariedade


15/06/2023 09:30
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Os migrantes integram-se mais facilmente do que antes no setor do trabalho, mas as suas vidas continuam marcadas pela precariedade e pela pobreza, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (15).

"Aconteceram progressos consideráveis na última década, especialmente no que diz respeito à integração dos migrantes no mercado de trabalho", afirmam a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Comissão Europeia, no primeiro estudo deste tipo em cinco anos.

A taxa de emprego dos migrantes teve um aumento de 2%, passando de 11% em 2011 para 13% em 2021. Na União Europeia (UE), 65% têm emprego, ante 69% das pessoas procedentes do país.

Os autores explicam que parte dessa progressão se deve ao maior nível de escolaridade dos recém-chegados.

Em 2020, 39% das pessoas que chegaram à UE nos cinco anos anteriores tinham ensino superior, uma porcentagem que sobe para 50% nos países da OCDE, em comparação com 25% e 35%, respectivamente, uma década antes.

O estudo analisa a integração nos países da UE (com 54 milhões de migrantes) e da OCDE (141 milhões) por meio de 83 indicadores, entre eles emprego, educação e habitação.

"Se os migrantes encontrassem emprego tão facilmente como os nativos, 2,4 milhões de pessoas (...) contribuiriam para a economia" na UE, estima no preâmbulo do documento a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, e o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.

"O fracasso da integração custa caro" às economias dos países ricos, alertam.

- "Paradoxo" -

Mas há muitas armadilhas, em particular para pessoas com ensino superior, que muitas vezes acabam em categorias de trabalho inferiores.

"Em todo o mundo, os migrantes com ensino superior têm uma taxa de emprego menor. Procuramos atrair cada vez mais pessoas qualificadas, mas não valorizamos suas habilidades", disse à AFP Jean-Christophe Dumont, chefe da divisão de Migração da OCDE.

Por esta razão, "um em cada dois (47% dos migrantes qualificados) está desempregado, ou inativo, ou subqualificado no seu emprego" na UE, resume.

A situação das mulheres também preocupa a UE e a OCDE. Em geral, elas têm um nível maior de escolaridade e apenas 57% trabalham, ante 73% dos homens e 65% das mulheres do país.

Um "paradoxo" se destaca em toda a situação: a melhora da inserção no mercado de trabalho não se traduz nos indicadores sociais, enfatiza Dumont.

Os estrangeiros são "muito mais suscetíveis a serem pobres" e vivem abaixo da linha da pobreza em quatro dos cinco países.

Sua renda é "80% inferior à dos nativos de países que têm uma grande proporção de migrantes com pouca escolaridade ou procedentes de países de fora da UE", afirma o estudo.

Mais de um migrante em cada seis vivem em uma casa "superlotada", acrescentam os autores.

A essas dificuldades somam-se os problemas de "integração social". Há poucos migrantes em sindicatos, partidos políticos e atividades voluntárias, aponta o estudo.

Na UE, mais de um descendente de migrantes em cinco sentem-se vítimas de discriminação racial, mais que 15% dos migrantes recém-chegados.


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