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Estado de Minas WASHINGTON

Frango frito 'lacrador'? Rede de fast food no centro das guerras culturais dos EUA


03/06/2023 16:49
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Não é mais o "frango do Senhor": a rede de fast food dos Estados Unidos, Chick-fil-A, amada pelos americanos por seus sanduíches de frango, nuggets e milkshakes, encontrou-se na mira da ira da direita nesta semana, acusada de sucumbir à ideologia "woke".

O termo, que na tradução literal significa "acordado, desperto", surgiu nos Estados Unidos para identificar pessoas que estavam alertas para a injustiça social. No entanto, mais recentemente, o termo tem sido usado com desaprovação para referir-se a alguém politicamente liberal, especialmente de forma considerada insensata ou extremista.

Após clientes conservadores perceberem que a empresa emprega um representante de "diversidade, equidade e inclusão", o Chick-fil-A se juntou às fileiras de outras marcas aparentemente inofensivas que agora enfrentam pedidos de boicote, como a rede de supermercados Target e a cerveja Bud Light.

Até recentemente, conservadores viam o Chick-fil-A como um símbolo da direita, com o site do restaurante explicando que suas unidades fecham aos domingos para que seu fundador batista "e seus funcionários pudessem reservar um dia para descansar e orar, se assim escolhessem".

E em 2012, foram os progressistas que pediram o boicote do Chick-fil-A pelo apoio da rede aos esforços contra o casamento gay.

Mas parece que o jogo virou, à medida que influenciadores de direita reclamam nas redes sociais sobre uma declaração do vice-presidente de diversidade, equidade e inclusão do Chick-fil-A, que afirma que a empresa está comprometida "em garantir respeito mútuo, compreensão e dignidade em todos os lugares onde fazemos negócios".

Embora esse cargo já esteja ocupada há alguns anos, usuários zangados nas redes sociais parecem ter percebido isso apenas nesta semana.

"Decepcionante. Et tu, Chick-fil-A?", perguntou o ex-oficial do Departamento de Justiça da era Trump, Jeff Clark, no Twitter, citando a famosa frase do imperador Júlio César em latim ao perceber que seu filho adotivo Brutus estava entre seus assassinos.

E a contribuinte para a organização conservadora Turning Point USA, Morgonn McMichael, acusou a rede de frango frito em um vídeo viral de decidir "se curvar aos senhores da lacração".

"Chick-fil-A, você não é mais o frango do Senhor. Agora você é o frango lacrador, e estou realmente chateada com isso como mulher cristã", diz ela.

McMichael e sua amiga também reclamam de ter que visitar uma rede concorrente, embora não pareçam tão entusiasmadas com as opções de frango frito no novo local.

McMichael posteriormente afirmou que o vídeo "era apenas cerca de 30% sério".

- 'Tóxico' -

Chick-fil-A é apenas a mais recente empresa dos Estados Unidos a ficar no centro das "guerras culturais" - as controvérsias muitas vezes repentinas e intensas sobre questões como os direitos LGBTQ+, armas e educação, muitas das quais envolvem aspectos cotidianos da vida americana.

A rede de supermercados Target anunciou na semana passada que removeria alguns produtos de orgulho LGBTQ+ de suas prateleiras após receber forte reação negativa de personalidades conservadoras da mídia - e até ameaças contra funcionários.

A empresa havia lançado uma linha de itens para celebrar o 'Mês do Orgulho LGBTQ+', incluindo camisetas, decorações de festa e utensílios de cozinha com adornos de arco-íris.

No início deste ano, a famosa cerveja americana Bud Light também foi alvo da rejeição "anti-woke", por se associar a um popular influenciador das redes sociais transgênero.

Muitos usuários de redes sociais agora dizem que abandonaram totalmente a marca, e o governador da Flórida, Ron DeSantis, candidato presidencial republicano, prometeu nunca mais beber Bud Light, relutante em apoiar qualquer coisa "woke".

O slogan "Go woke, go broke" (algo como "quem lacra, não lucra", tradução livre), circula nas redes sociais para encorajar esses boicotes.

"O objetivo é tornar o 'orgulho' tóxico para as marcas", disse o comentarista conservador Matt Walsh no Twitter.

"Se eles decidirem nos enfiar essa porcaria goela abaixo, eles devem saber que pagarão um preço. Não valerá o que eles acham que ganharão", acrescentou. "Primeiro a Bud Light, agora o Target. Nossa campanha está progredindo. Vamos continuar assim".

Com a campanha eleitoral de 2024 se aproximando, as guerras culturais não parecem perder força, e seus próximos alvos podem ser tão imprevisíveis quanto os últimos.

"Se você me dissesse há um ano que uma refeição do Chick-fil-A acompanhada de uma Bud Light irritaria os conservadores, eu perguntaria o que você estava fumando", observou o jornalista independente Aaron Rupar.


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