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Estado de Minas CANNES

Cannes pronta para a Palma de Ouro após duas semanas de cinema eclético


27/05/2023 13:21
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Cinema de autor ou comercial, histórico ou intimista, provocativo, sonhador ou político: o 76º Festival de Cinema de Cannes, com seus 21 filmes de todos os formatos e durações, entrega sua Palma de Ouro neste sábado (27).

Há quase duas semanas, Cannes é uma vitrine privilegiada do cinema mundial.

A gala de encerramento começará às 20h30 (15h30 no horário de Brasília) e contará com Jane Fonda para entregar o maior prêmio da noite.

- O cinema e os problemas de casal -

Dramas familiares de casal dominaram o concurso.

Para a intensidade das emoções: "La passion de Dodin Bouffant" de Tran Anh Hung, mostra um casal de chefs do século XIX que sabem misturar sabiamente cozinha e amor.

"Bane et Adama", da franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, passa pela história sensível, mas contida, de um casal submetido às vontades de uma aldeia africana.

"Anatomie d'une chute", dirigido por outra mulher, Justine Triet, narra sobriamente o julgamento de uma mulher misteriosa cujo marido deprimido morre nas altas montanhas em circunstâncias estranhas.

A atriz alemã Sandra Hüller protagoniza este filme e destaca-se também como coprotagonista de um filme arrepiante que abalou o festival: "The Zone of Interest", sobre o cotidiano do comandante nazista do campo de Auschwitz e sua família, magistralmente gravado pelo britânico Jonathan Glazer.

"Fallen Leaves", do finlandês Aki Kaurismaki, é uma comédia romântica que conta com poucas palavras mas muita ternura a complicada história de um casal.

"May December", de Todd Haynes, estrelado por Juliane Moore e Natalie Portman, entra em terreno mais complicado: uma mulher que se apaixonou por um menino de 13 anos e que anos depois deve ser responsabilizada.

"L'été dernier", de Catherine Breillat, aborda o mesmo assunto, mas no momento exato do ato: uma advogada madura dorme com um jovem, que também é filho de seu marido.

As relações entre adultos e menores também são esmiuçadas pelo japonês Hirokazu Kore-eda, com "Monster", que apresenta um roteiro cheio de suspense, e "About Dry Grasses", do turco Nuri Bilge Ceylan.

Subindo a escala das emoções, "Les filles d'Olfa", filme tunisiano da diretora Kaouther Ben Hania, propõe um acontecimento comovente, a fuga de duas filhas de uma mãe tunisiana, misturando as protagonistas do drama com atores profissionais.

"Le retour" é outro drama poderoso, sobre uma mãe e suas duas filhas que retornam à ilha de Córsega anos após uma fuga desesperada, dirigido por Catherine Corsini.

- Filmes históricos e inclassificáveis -

Os filmes de época ou sociais: "Firebrand", primeiro filme em inglês do brasileiro Karim Ainouz, fala de uma mulher excepcional, a última esposa do rei Henrique VIII, Catarina Parr.

Dois diretores italianos, os veteranos Marco Bellocchio e Nanni Moretti, foram severos com o passado de seu país: o primeiro com a história de um menino judeu sequestrado por ordem papal ("Rapito"), o segundo interpreta a si mesmo em um filme entre o cômico e o raivoso: "Il Sol dell'Avvenire".

Sua compatriota Alice Rohrwacher optou pela poesia e ternura, com "La chimera", sobre um grupo de ladrões de tumbas.

O completo oposto do britânico Kean Loach, em seu filme mais sombrio, "The Old Oak", sobre a chegada de refugiados sírios no Reino Unido.

"Black Flies" de Jean-Stéphane Sauvaire mostra uma Nova York que aos poucos vai caindo na criminalidade e na decadência.

A austríaca Jessica Hausner expõe os danos que uma guru da alimentação inflige aos adolescentes, com "Club Zero".

E, finalmente, dois filmes inclassificáveis e um documentário: "Asteroid City" de Wes Anderson, uma evocação idílica dos Estados Unidos dos anos 1950, embora com medo de extraterrestres.

"Perfect Days" de Wim Wenders, segue os passos de um japonês que limpa banheiros públicos e oferece uma lição sobre felicidade.

E "Youth (Spring)", um documentário de quase 3h40 do chinês Wang Bing, sobre o ambiente de trabalho brutal nas oficinas têxteis de seu país.

Horas antes da cerimônia de premiação, a Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci) entregou seus próprios prêmios: ao brasileiro "Levante", de Lillah Halla (Semana da Crítica), ao chileno "Los colonos", de Felipe Gálvez (seção Un Certain Regard) e "The Zone of Interest".


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