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Estado de Minas WASHINGTON

Tina Turner, 'simplesmente a melhor' nos palcos


24/05/2023 19:49
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"Simplesmente a melhor", diz uma de suas músicas. Tina Turner, que morreu nesta quarta-feira (24), aos 83 anos, acumulou sucessos ao longo de sua longa carreira como roqueira, retomada na década de 1980.

Pele negra, cabelos claros, sorriso largo e atuação explosiva nos palcos: a "rainha do rock" fascinou multidões em estádios de todo o mundo. Do Canadá à Austrália, mais de 200 milhões de pessoas aplaudiram a cantora, dona de oito prêmios Grammy.

Da Casa Branca, que lembrou Tina como um "ícone", a Mick Jagger e Gloria Gaynor, para quem ela "abriu caminho a tantas mulheres negras e brancas no rock", Tina recebeu uma chuva de homenagens imediatamente após o anúncio de sua morte na Suíça, onde morava.

Pioneira do rock, a cantora inspirou outras rainhas dos palcos, como Beyoncé, que disse em 2005: "Nunca vi uma mulher tão poderosa, tão corajosa, tão fabulosa... E essas pernas!"

- Anna Mae Bullock -

Julho de 1976, em Dallas, Texas: Tina deixa, escondida, o quarto de hotel onde dormia seu marido, o cantor Ike Turner, que acabara de agredi-la pela última vez. Aos 36 anos, ela chegava ao fundo do poço.

Tina tinha apenas 36 centavos no bolso e iniciava uma existência errante para escapar do marido, viciado em drogas e violento.

O casal havia se conhecido 20 anos antes, em Saint-Louis, Missouri. Tina, que ainda se chamava Anna Mae Bullock, tinha 16 anos e cantava no Kings of Rhythm, grupo de blues de Ike Turner, oito anos mais velho.

Com Ike, Tina, nascida em Nutbush, Tennessee, em 26 de novembro de 1939, fugiu de um destino que parecia inevitável como filha de trabalhadores divorciados colocada desde cedo para trabalhar como empregada doméstica. Mas também descobriu a violência de um homem que decidia tudo e a fez mudar de nome.

"The Ike and Tina Turner Revue" se tornou uma das bandas negras mais populares dos Estados Unidos na década de 1960. As coisas começaram a mudar quando Ike e seus músicos abriram a turnê dos Rolling Stones no Reino Unido e, com isso, as portas para o sucesso do casal na Europa.

- Budismo -

Ike, no entanto, incomodou-se com o sucesso de sua mulher, até que ela fugiu. Mudando de esconderijo com regularidade, Tina acabou conseguindo o divórcio e buscou refúgio no budismo.

As dívidas passaram a se acumular e a carreira da cantora parecia ter ficado em segundo plano, até ela conhecer o produtor australiano Roger Davies, que havia relançado a carreira de Joe Cocker.

Davies mudou tudo: visual, músicos e repertório, e deu à cantora um impulso decididamente roqueiro.

Tina voltou aos palcos juntamente com gigantes como Mick Jagger, Rod Stewart e David Bowie. Em 1983, ela retomou o sucesso de 1971 "Let's Stay Together", que marcou sua ressurreição.

O single, no entanto, somente foi lançado nos Estados Unidos depois que a música chegou ao sexto lugar nas paradas de sucesso do Reino Unido.

O ano seguinte foi o da consagração, com o lançamento do álbum "Private Dancer", composto pelo guitarrista Mark Knopfler, do Dire Straits. Com "What's Love Got To Do With It", Tina chegou ao topo das paradas em seu país natal.

A cantora consagrou-se no cinema em 1985, no terceiro filme "Mad Max", com Mel Gibson, e assinou outro sucesso: "We Don't Need Another Hero". Dez anos depois, interpretou "GoldenEye", música que deu nome à trilha sonora de um dos filmes de "James Bond".

Com mais de 50 milhões de álbuns vendidos, Tina Turner acumulou turnês de despedida. Aos 70 anos, ainda estava ativa nos palcos.

A cantora instalou-se na Europa na década de 1980, dividindo-se entre Zurique e uma mansão em Villefranche-sur-Mer, perto de Nice, com seu companheiro, Erwin Bach, 17 anos mais jovem, com quem se casou em 2013, quando Tina se tornou cidadã suíça.

A tragédia atingiu a vida de Tina em 2018, com o suicídio, aos 59 anos, de seu filho mais velho, Craig. Em 2022, morreu Ronnie, outro filho da cantora.

Tina acumulou distinções, como a Medalha das Artes e Letras da França e um convite à Casa Branca feito por George W. Bush, que a saudou com o título de "As pernas mais famosas do mundo do espetáculo".

Atualmente, o mito vive em "Tina", musical em cartaz em Londres e Nova York.


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