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Estado de Minas CANNES

Festival de Cannes começa com o polêmico Johnny Depp como Luís XV


16/05/2023 16:48 - atualizado 17/05/2023 11:09
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A 76ª edição do Festival de Cannes começou nesta terça-feira (16) com uma homenagem ao ator americano Michael Douglas, Palma de Ouro honorária aos 78 anos, e a polêmica em torno de seu compatriota Johnny Depp, que volta aos cinemas após uma tumultuada disputa judicial.

De peruca e bom sotaque francês, Depp interpreta o rei Luís XV em "Jeanne du Barry", um filme de época que abriu o festival mais conhecido do mundo.

Aos 59 anos, o astro de "Piratas do Caribe" recebeu o apoio da organização e o carinho dos fãs, mas também o repúdio assinado por mais de cem profissionais franceses.

Uma hostilidade que se propagou de Hollywood, onde o ator é criticado apesar de ter vencido um julgamento por difamação contra sua ex-esposa, Amber Heard, que o acusou de violência conjugal.

Com cabelos presos e óculos escuros, Depp distribuiu autógrafos na entrada do Palácio dos Festivais, que este ano foi tomado por estrelas.

Mas o mundo do cinema vive uma época de agitação, com acusações de discriminação de gênero, reclamações trabalhistas em Hollywood e denúncias de todo o tipo.

Ao estender "o tapete vermelho a homens e mulheres agressores, o Festival envia a mensagem de que em nosso país podemos continuar exercendo violência com total impunidade", criticou um coletivo de 123 trabalhadores do setor do cinema francês em um manifesto.

Não apenas Depp é alvo de polêmica: a própria diretora e protagonista de "Jeanne du Barry", a atriz francesa Maïwenn, foi denunciada por agressão por um conhecido jornalista francês, Edwy Plenel.

"Jeanne du Barry" é um produção luxuosa que narra a apaixonada relação entre Luís XV e sua amante favorita. Para Maïwenn, Depp era o ator ideal para dar vida ao monarca.

Para o Festival de Cannes, onde 21 filmes concorrem à Palma de Ouro, são esperados outros dias de polêmica, como a que cerca a filmagem de um dos concorrentes, "Le retour".

Sua diretora, a francesa Catherine Corsini, é criticada por ter se excedido durante as gravações, que põem em cena uma história de sexo entre adolescentes.

- Uma geração de octogenários -

Para além das polêmicas, o festival assume este ano um papel de ponte entre toda uma grande geração de cineastas e intérpretes, alguns deles já octogenários, e seus sucessores.

"Eu me pergunto como consegui durar tanto tempo", disse Michael Douglas ao receber a Palma de Ouro honorária, ovacionado pelo público.

Até seu encerramento, em 27 de maio, Cannes receberá estrelas como Harrison Ford, de 80 anos, que apresentará o quinto e possivelmente último filme como Indiana Jones ("Indiana Jones e a Relíquia do Destino").

O diretor Martin Scorsese exibirá em Cannes seu filme mais recente, "Killers of the Flower Moon", sobre uma série de assassinatos de indígenas nos Estados Unidos nos anos 1920, com Leonardo DiCaprio e Robert De Niro.

Um dos grandes nomes espanhóis ligados a Cannes, Pedro Almodóvar apresentará o curta-metragem western e LGBT "Strange Way of Life", com os atores americano Ethan Hawke e chileno Pedro Pascal ("The Last of Us", "Mandalorian").

Este ano, as produções de longa duração dominam Cannes. "About Dry Grasses", do turco Nuri Bilge Ceylan, dura 3h17, e o documentário chinês "Youth Spring", 3h40.

A lenda do cinema britânico Ken Loach, de 86 anos, tentará conquistar sua terceira Palma de Ouro com "The Old Oak", também de forte teor social.

Outra lenda, o espanhol Víctor Erice, de 82 anos, que apresentou seu longa-metragem anterior em Cannes há três décadas, retorna à mostra com "Cerrar los ojos", em uma mostra paralela.

O italiano Marco Bellocchio, de 83 anos, exibe "Rapito", filme que mostra o sequestro de um menino judeu para que receba educação como cristão em meados do século XIX na Itália.

Cannes também abre espaço para a geração seguinte, como o diretor americano Wes Anderson, que recorreu a um elenco de astros para "Asteroid City": Tom Hanks, Scarlett Johansson, Willem Dafoe, Margot Robbie...

Outro destaque é a jovem franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy, que disputa a Palma de Ouro com "Banel e Adama", seu primeiro longa-metragem.


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