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Estado de Minas

Eleição de diretora da OIM é marcada por disputa entre EUA e Europa


15/05/2023 12:03

A cidadã americana Amy Pope foi eleita nesta segunda-feira como a nova diretora da Organização Internacional de Migrações (OIM) em uma votação tensa entre representantes americanos e europeus. O governo do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva apoiou o candidato português Antonio Vitorino, que buscava sua reeleição à frente da organização.

Esperava-se que a aproximação entre a administração do presidente americano Joe Biden e o apoio dado a Lula diante da ameaça à democracia brasileira pudesse levar o Brasil a apoiar a candidatura de Pope. A americana inclusive visitou o Brasil na tentativa de persuadir o governo de sua adequação ao cargo.

No entanto, o governo brasileiro decidiu se aliar aos portugueses, em meio a esforços de Lisboa e Brasília para reconstruir alianças após quatro anos de relações tensas durante o governo de Jair Bolsonaro. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que sua gestão não permitiria alianças automáticas, enviando uma mensagem às grandes potências.

A eleição gerou uma disputa intensa e um desentendimento entre europeus e americanos. Vitorino, atual diretor da OIM, geralmente teria direito a um segundo mandato, seguindo a tradição das agências internacionais. A decisão do governo americano de interromper seu mandato e lançar Pope, que era sua vice-diretora, como candidata surpreendeu os europeus e gerou tensão entre os dois continentes.

Os Estados Unidos sempre mantiveram o controle da OIM e apenas perderam a liderança há cinco anos, em resposta às políticas migratórias controversas de Donald Trump. Com a eleição de Amy Pope, a Casa Branca retoma o comando da agência.

Em 2023, o Brasil anunciou seu retorno ao Pacto sobre Migrações, um instrumento criado para promover um debate coordenado sobre os fluxos migratórios. Durante o governo Bolsonaro, o então ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo adotou a postura de Trump de rejeitar ações internacionais em questões migratórias, alegando que o tema era de responsabilidade exclusiva dos estados nacionais.

Na votação secreta realizada em Genebra, a candidata americana obteve vantagem logo na primeira rodada, com 98 votos a favor, contra 67 do candidato português. Diante do resultado desfavorável, o governo de Portugal decidiu retirar a candidatura de Vitorino, facilitando a vitória de Pope.


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