Polícia de Hong Kong confisca estátua desmontada que relembrava Tiananmen

A polícia de Hong Kong apreendeu nesta sexta-feira (5) "evidências relacionadas a um caso de incitação à subversão", que a mídia local identificou como uma estátua desmontada que relembrava a sangrenta repressão na Praça de Tiananmen em 1989.

O Departamento de Segurança Interna realizou buscas nesta sexta-feira (5) e apreendeu "provas relacionadas a um caso de incitação à subversão" em Yuen Long, bairro da ex-colônia britânica onde fica a Universidade de Hong Kong (HKU).

A "subversão" é uma das categorias de crimes introduzidos em Hong Kong em 2020 pela lei de Segurança Nacional imposta por Pequim. A pena máxima é a prisão perpétua.

A estátua de oito metros de altura é obra do artista dinamarquês Jens Galschiot e é intitulada "Pillar of Shame" (Pilar da Vergonha, em tradução livre) e apresenta rostos angustiados em uma torre trançada.

Esteve em exposição na HKU durante mais de 20 anos, até ser desmontada em 2021 devido às manifestações pró-democracia no território. Suas peças estavam guardadas em um contêiner localizado nas dependências da universidade.

A apreensão ocorreu a um mês de 4 de junho, que marcará o 34º aniversário da sangrenta repressão do movimento de protesto pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim.

Milhares de pessoas relembravam esta tragédia todos os anos com uma vigília no Victoria Park de Hong Kong até 2020, quando foi proibida pela polícia após grandes manifestações pró-democracia, às vezes tingidas de violência.

A AFP entrou em contato com a Universidade de Hong Kong, mas a instituição se recusou a comentar o caso.

Após a remoção da estátua da HKU em 2021, cinco outras universidades de Hong Kong removeram os monumentos de Tiananmen que estavam em seus campi há vários anos.