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Estado de Minas NOVA YORK

Trump classifica acusações contra ele de 'insulto' aos EUA


04/04/2023 23:19

Donald Trump defendeu sua conduta nesta terça-feira (4), horas depois de se tornar o primeiro ex-presidente a responder a acusações criminais da história dos Estados Unidos, durante um discurso em que criticou duramente a investigação contra ele.

"Nunca pensei que isso pudesse acontecer nos Estados Unidos", disse o ex-presidente republicano a um grupo de apoiadores reunidos no salão de festas de sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida.

"É um insulto ao nosso país", acrescentou Trump após voltar de Nova York. "O único crime que cometi foi defender sem medo nossa nação de quem busca destruí-la".

De casa, Trump retomou sua campanha eleitoral, demonstrando que os escândalos jurídicos não vão impedir sua ambição de voltar à Casa Branca.

Em um discurso de 20 minutos, Trump disse que foi vítima de "ingerência eleitoral maciça" e chamou os promotores que o investigam de "esquerdistas radicais".

O clima festivo, com aplausos a Trump e vaias aos rivais, lembrou os comícios habituais do magnata. Assim como os temas escolhidos, como seus ataques aos democratas e a acusação sem provas de que foi roubado nas eleições de 2020 que perdeu para Joe Biden.

- Acusações históricas -

Horas antes, em sua cidade natal, o ex-presidente se declarou inocente de falsificação de registros comerciais em uma audiência criminal que abriu caminho para um julgamento que pode começar em janeiro de 2024, poucos meses antes das eleições presidenciais.

O bilionário de 76 anos foi indiciado por 34 acusações relacionadas ao pagamento, em 2016, de US$ 130 mil (R$ 466 mil em valores da época) para comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na reta final da campanha eleitoral de 2016 após um suposto caso extraconjugal ocorrido dez anos antes, algo que ele sempre negou.

Essa manobra, segundo a promotoria de Nova York, foi orquestrada para não prejudicar a imagem de Trump diante das eleições daquele ano.

No início da tarde, ele se entregou a um tribunal de Manhattan, onde chegou em um veículo escoltado pelo Serviço Secreto. Diante do tribunal, a polícia se interpôs entre apoiadores e críticos do ex-presidente para evitar confrontos violentos.

O ex-presidente também é acusado de pagar 30 mil dólares (aproximadamente R$ 98 mi) para silenciar um porteiro da Trump Tower que dizia ter informações sobre um suposto filho ilegítimo, enquanto uma mulher que diz ter sido sua amante cobrou 150 mil dólares (cerca de R$ 490 mil), detalhou o promotor Alvin Bragg em nota à imprensa.

O então advogado de Trump, Michael Cohen, foi o encarregado de fazer o pagamento, e o magnata o reembolsou em parcelas, supostamente fazendo-as passar por honorários profissionais.

O pagamento à atriz, portanto, não foi declarado nas contas de campanha do então candidato presidencial de 2016, uma possível violação das leis eleitorais do estado de Nova York.

Em coletiva de imprensa após a audiência, Bragg disse que "não se pode normalizar condutas criminosas graves" e que "todos são iguais perante a lei".

Este caso é apenas um dos vários problemas legais para o ex-presidente, que também está sob escrutínio por seus esforços para reverter sua derrota nas eleições de 2020 no estado da Geórgia.

Ele também está sendo investigado por seu suposto papel na insurreição de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos Estados Unidos, bem como pelo manuseio e custódia de documentos secretos após deixar a Casa Branca.

Ainda não se sabe quais consequências esses casos terão sobre suas aspirações de voltar à Casa Branca, mas o ex-presidente tem mostrado ser resistente a escândalos.

Ele sobreviveu a dois processos de impeachment no Congresso, mantém uma grande base de apoiadores e, até agora, a maioria de seus colegas republicanos o apoia, entre eles seu grande rival nas primárias do partido, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que classificou a acusação contra Trump como "antiamericana".


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