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Estado de Minas BRUXELAS

Finlândia torna-se o 31º membro da Otan e Rússia promete resposta


04/04/2023 15:53

A Finlândia se tornou, nesta terça-feira (4), o 31º Estado-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), uma ampliação que dobra o tamanho da fronteira da aliança com a Rússia, que prometeu uma resposta.

A entrada do país nórdico na aliança militar, uma consequência direta da invasão russa ao território da Ucrânia, oferece à Otan um contingente de 280.000 soldados e um dos maiores arsenais da artilharia da Europa.

Para a Rússia, a adesão da Finlândia, com a qual tem 1.300 quilômetros de fronteiras, representa um "agravamento da situação".

A ampliação da Otan é um "ataque a nossa segurança e nossos interesses nacionais. Isto nos obriga a adotar contramedidas", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Após a invasão da Rússia em fevereiro de 2022, os países da Otan convidaram formalmente Finlândia e Suécia a aderirem de maneira total à aliança. A Suécia ainda precisa negociar, já que sua candidatura ainda não foi autorizada por Turquia e Hungria.

"O presidente [russo Vladimir] Putin queria fechar as portas da Otan. Agora mostramos ao mundo que fracassou, que as agressões e intimidação não funcionam", afirmou nesta terça-feira o secretário-geral da aliança, o norueguês Jens Stoltenberg.

"A Finlândia agora tem os amigos e aliados mais fortes do mundo", enfatizou.

"A era do não alinhamento em nossa história chegou ao fim. Começa uma nova era", afirmou o presidente da Finlândia, Sauli Niinistö, antes do içamento da bandeira do país nórdico na sede da Otan em Bruxelas.

- Amigos poderosos -

"Declaramos a Finlândia o membro número 31 da Aliança", afirmou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, cujo país é guardião do tratado de fundação da Otan.

o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar "orgulhoso" em dar boas-vindas à delegação finlandesa.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, parabenizou a Finlândia e definiu a aliança militar como "única garantia eficaz de segurança na região" frente à "agressão russa".

Zelensky foi convidado a participar da próxima cúpula da Otan, em julho, em Vilnius (Lituânia), informou Stoltenberg.

"Uma Ucrânia forte e independente é vital para a estabilidade da região euro-atlântica, e esperamos receber o presidente Zelensky em nossa cúpula em Vilnius em julho", declarou.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 exigindo, entre outros pontos, garantias de que a ex-república soviética nunca ingressaria na Otan.

- À espera da Suécia -

A adesão da Finlândia significa que o país está automaticamente protegido pelo famoso Artigo 5 da aliança, que considera um ataque contra um dos seus membros um ataque contra todos os integrantes.

Durante décadas e apesar de sua história de tensões com a Rússia, a Finlândia optou por ser apenas um país associado da Otan, mas a ofensiva de Moscou na Ucrânia convenceu o país da conveniência de abandonar sua política de não alinhamento automático e buscar a proteção da aliança.

A Suécia, no entanto, terá que esperar, principalmente porque Turquia está relutante em dar luz verde para sua adesão, alegando que o país escandinavo concede refúgio a líderes curdos, que Ancara considera "terroristas", e a suspeitos de participação na tentativa frustrada de golpe de Estado de 2016.

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, tuitou nesta terça uma foto com seu par sueco, indicando que é "essencial uma cooperação efetiva contra o terrorismo".

Em janeiro, o governo turco reagiu com fúria à decisão da Suécia de permitir um protesto de extremistas de direita que queimaram um exemplar do Alcorão em frente à sua embaixada em Estocolmo.

Os diplomatas da aliança esperam que a cúpula em Vilnius sirva para marcar a entrada da Suécia na organização.

Blinken instou os governos da Turquia e Hungria a aprovarem "sem demora" a adesão, "para que possamos acolher este país na aliança o mais rápido possível".

O Parlamento da Hungria aprovou por ampla maioria, em 27 de março, a adesão da Finlândia e o partido no poder, Fidesz, indicou que o caso da Suécia seria tratado "mais tarde".


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