"Tenho o prazer de dar as boas-vindas a Paul Rusesabagina de volta aos Estados Unidos. Estamos felizes de tê-lo de volta ao solo americano, e de que ele se reúna com sua família e seus amigos, que esperaram por muito tempo a chegada deste dia", tuitou o assessor de segurança nacional americano, Jake Sullivan.
Rusesabagina foi condenado em Ruanda a 25 anos de prisão por terrorismo, mas sua pena foi comutada pelo presidente Paul Kagame em virtude de um acordo entre os Estados Unidos e Ruanda com a ajuda do Catar.
Atribui-se a Rusesabagina - que foi gerente de um hotel na capital ruandesa, Kigali - ter ajudado 1.200 pessoas a escaparem do genocídio de Ruanda, em 1994. Durante o massacre, cerca de 800 mil pessoas morreram, a maioria delas tútsis, mas também hutus moderados. Sua história inspirou o filme "Hotel Ruanda", indicado ao Oscar em 2005, o que lhe deu notoriedade.
Rusesabagina foi preso depois de um processo que seus partidários criticaram como uma "farsa" e disseram que o julgamento estava repleto de irregularidades. Ele foi acusado de apoiar a Frente de Libertação Nacional (FLN), um grupo insurgente responsabilizado por ataques em Ruanda em 2018 e 2019.
Rusesabagina nega qualquer envolvimento nos ataques, mas é um dos fundadores do Movimento Ruandês pela Mudança Democrática (MRCD), um grupo de oposição do qual a FLN é considerada o braço armado.
As negociações para a libertação de Rusesabagina começaram no fim de 2022 e tiveram avanços significativos na semana passada, após discussões entre o presidente Kagame e o emir do Catar, segundo uma fonte ligada ao caso.
O presidente americano, Joe Biden, celebrou no último sábado a libertação de Rusesabagina, que chamou de "desenlace feliz"
WASHINGTON